Galáxia a 11 bilhões de anos-luz tem campo magnético detectado e bate recorde

Astrônomos detectaram o campo magnético de uma galáxia chamada 9io9, localizada a 11 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Como essa é a primeira vez que uma descoberta desse tipo é feita em uma galáxia tão longe de nós, os cientistas esperam que a detecção ajude a desvendar como esses campos se formam.

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Campos magnéticos detectados em galáxias não são nenhuma novidade, mas os pesquisadores ainda não sabem exatamente como eles se formam. Para descobrir, é fundamental saber quando eles começaram a aparecer.

Felizmente, há um modo de determinar isso: observar os campos magnéticos de galáxias extremamente distantes. Afinal, quanto mais longe está um objeto cósmico que um telescópio detecta, mais para o passado estamos olhando.

Isso significa que, ao observar uma galáxia a 11 bilhões de anos-luz, estamos olhando para uma época em que o universo tinha apenas cerca de 2,5 bilhões de anos (hoje, a idade do universo é 13,7 bilhões de anos). Para a descoberta, os astrônomos usaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), que forneceu dados da luz polarizada da 9io9.

A luz polarizada é composta por fótons orientados a uma única direção, algo que ocorre devido à interação com algum campo magnético. Em outras palavras, esses fótons estão revelando a presença de um campo. No caso das galáxias, eles fluem de partículas da poeira formadora de estrelas que refletem a luz incidente.

Essa detecção na galáxia 9io9 é um grande passo para saber mais sobre esses campos magnéticos, principalmente o quão rápido eles podem se formar. Curiosamente, a 9io9 foi descoberta em 2014 graças a um programa de televisão da BBC, no qual os telespectadores foram convidados a examinar milhões de imagens para ajudar a encontrar galáxias distantes.

Os resultados do novo estudo sugerem que os campos magnéticos galácticos se formam muito cedo, logo após a formação de uma galáxia. A equipe da descoberta cogita que isso ocorreu com a 9io9 devido à intensa formação estelar no universo primordial. Além disso, eles querem saber como os campos teriam influenciado a formação das estrelas que viriam a nascer em seguida.

Fonte: ESO