"Astrofotógrafo do ano": veja fotos incríveis dos finalistas do concurso
Por Daniele Cavalcante • Editado por Rafael Rigues |
O concurso Astronomy Photographer of the Year, realizado pelo Observatório Real de Greenwich, no Reino Unido, já selecionou os finalistas para a edição de 2022. Neste ano foram enviadas mais de 3.000 imagens, feitas por fotógrafos de 67 países diferentes. Eles concorrem a nove categorias e dois prêmios especiais, além do grande prêmio de melhor fotografia no geral.
A grande premiação será anunciada no dia 15 de setembro, mas os organizadores já compartilharam algumas imagens selecionadas. Confira algumas delas abaixo.
A aurora e o Gardur
Em uma praia da pequena vila de Patreksfjörður, na Islândia, um navio baleeiro abandonado e enferrujado parece ameaçado por uma presença fantasmagórica. São as luzes da aurora boreal, com nuvens pegando emprestados os tons esverdeados do fenômeno atmosférico.
O fotógrafo conta que a imagem foi criada com uma única exposição. "Eu nunca empilho, misturo ou costuro imagens – é apenas um momento simples e único no tempo."
Cerejeiras nas margens do rio
Em 1957 o Rio Funakawa, no Japão, foi revitalizado e os moradores da cidade de Shimoniikawa plantaram cerca de 280 cerejeiras em suas margens. A fotografia captura a beleza das cerejeiras em flor, iluminadas por uma Lua refletida na superfície da água.
Plasma infernal
Essa imagem incrível do Sol foi obtida com filtros que permitem apenas a passagem de uma pequena faixa vermelha do espectro eletromagnético, com comprimento de 656,28 nm. Trata-se da faixa da linha H-alfa, que revela esses detalhes de nossa estrela.
Na foto podemos observar a região ativa 12907, que surgiu na segunda metade do mês de dezembro de 2021. O fotógrafo usou um refrator de 150 mm com os filtros adequados e tirou 2.500 fotos que, em seguida, foram empilhadas e devidamente colorizadas para criar o brilho do plasma infernal.
Cometa Leonard
O cometa C/2021 A1 (Leonard) foi uma surpresa agradável para os observadores no final de 2021, principalmente no Hemisfério Sul. Com a dificuldade de observar o objeto em sua região, o fotógrafo obteve um horário para utilizar o telescópio robótico dos Observatórios Remotos Skygems, na Namíbia.
Ele contou que a fotografia foi prejudicada pelas condições meteorológicas (neblina), mas ainda assim a qualidade e nível de detalhes da imagem dispensa comentários.
IC1871
A IC 1848, também conhecida como Nebulosa da Alma, é uma nebulosa de emissão. Ou seja, envolve uma estrela quente e difunde a energia que recebe dela na forma de luz em determinados comprimentos de onda.
Se você reparar o formato de uma cabeça de dragão na imagem, note também o detalhe escuro, ligeiramente semelhante a uma pequena figura humanoide sobre a cabeça do animal mitológico. Ao leste, há um complexo de nebulosas e aglomerados de estrelas conhecido como Nebulosa do Coração (IC 1805). A dupla de nebulosas é conhecida como "Coração e Alma".
Via Láctea por trás das montanhas
A Via Láctea está retratada nessa imagem acima do Monte Kula Kangri, uma montanha localizada na província de Shannan, no Tibete. As luzes abaixo são de veículos na Estrada Nacional 219, a mais de 5.400 metros de altitude. É a estrada mais alta do mundo.
"Para mim, as estrelas e as montanhas nevadas simbolizam a eternidade", disse o fotógrafo. "Juntamente com a grande estrutura feita pelo homem, eles retratam nossa coragem e vontade de transformar a natureza".
Messier 78
A Messier 78, localizada na constelação de Órion, é uma nebulosa de reflexão. Isso significa que ela apenas reflete a luz de estrelas vizinhas. A imagem acima também inclui as nebulosas NGC 2064, NGC 2067 e NGC 2071, além do Loop de Barnard no canto inferior esquerdo.
O Loop de Barnard é uma nebulosa de emissão e faz parte de uma nuvem molecular gigante que também contém as nebulosas de Cabeça de Cavalo e Órion. A imagem foi obtida com empilhamento de várias exposições.
Via Láctea na costa do Oregon
Apesar da dificuldade em fotografar a Via Láctea na costa sul do Oregon, devido à neblina no verão, o fotógrafo teve "sorte" em sua segunda tentativa.
Roseta
Não é sempre que vemos a Nebulosa Roseta em detalhes e cores tão deslumbrantes. Na verdade, ela é um aglomerado de vários objetos, como NGC 2237, NGC 2238, e NGC 2246. Por isso, é também conhecida como Grande Complexo Nebular Roseta.
O fotógrafo usou um filtro específico para obter essa quantidade de detalhes. Na luz visível com câmeras simples, a nebulosa realmente tem o formato de uma rosa. Aqui, observamos várias formações fascinantes, graças ao equipamento usado para fotografá-la, incluindo dois observatórios remotos.
Via Láctea no Vale da Morte
A Bacia de Badwater, localizada no Parque Nacional do Vale da Morte, Califórnia, é o ponto mais baixo da América do Norte, com profundidade de 86 m abaixo do nível do mar. A camada superior de lama, formada pelas chuvas, é coberta com cristais de sal.
Foram feitas duas fotos, a primeira para o primeiro plano e a segunda para o céu, com uma exposição de 300 segundos. As imagens foram empilhadas e o resultado ficou magnífico.
Estas são apenas algumas das fotografias selecionadas para a grande final. Você pode conferir mais imagens no link do concurso abaixo.