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Exoplaneta gigante gasoso pode ser dilacerado pela gravidade de sua estrela

Por| 27 de Fevereiro de 2020 às 20h40

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Kevin Gill
Kevin Gill

Um planeta estranho foi descoberto a cerca de 1.000 anos-luz da Terra, orbitando sua estrela anfitriã tão de perto e tão rapidamente que está quase sendo dilacerado. O que intrigou os cientistas é que se trata de um gigante gasoso, 20% maior e duas vezes mais massivo que Júpiter, e tem o período orbital mais curto já visto em um planeta desse tipo.

Planetas como este são chamados de “Júpiteres quentes” porque são enormes, massivos e gasosos, mas estão bem mais próximos de suas estrelas do que o nosso Júpiter. No caso da nova descoberta, o planeta catalogado como NGTS-10b está cerca de 27 vezes mais perto de sua estrela do que Mercúrio está de nosso Sol.

Por causa das forças das marés causadas pela gravidade e por essa órbita tão rápida, provavelmente o NGTS-10b está prestes a ser destruído - ou, na melhor das hipóteses, ele se comportará como a maioria dos gigantes gasosos e se afastará para longe da estrela. Ele completa uma volta orbital em pouco mais de 18 horas terrestres, algo raro em um mundo como este - essa é a órbita mais rápida já observada em um “Júpiter quente”.

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Tal exoplaneta apareceu nos dados do Next-Generation Transit Survey - uma pesquisa chilena que tem como objetivo buscar por grandes exoplanetas, aqueles que orbitam outras estrelas que não o Sol. O NGTS-10b foi encontrado através do método de trânsito planetário, ou seja, os astrônomos o detectaram quando ele passou na frente de sua estrela, fazendo com que uma pequena parte do brilho dela fosse encoberto.

Muitos planetas de seu tipo têm uma órbita tão longa que demoraria décadas para que fossem detectados por este método, e mundos como o NGTS-10b se mostraram bastante raros, de acordo com James McCormac, físico da Universidade de Warwick. "Das centenas de Júpiteres quentes conhecidos atualmente, existem apenas sete que têm um período orbital inferior a um dia", disse.

Mesmo que a estrela do NGTS-10b tenha massa inferior à do Sol - cerca de 70% -, o exoplaneta está tão perto dela que ele apresenta temperaturas extremas em sua superfície. Além disso, ele tem a órbita travada, ou seja, um lado do planeta está sempre voltado para a estrela, atingindo uma temperatura de cerca de 1.000 graus Celsius, enquanto o outro está constantemente no escuro.

A equipe responsável pela descoberta acredita que o NGTS-10b poderia ser um candidato ideal para estudos futuros com o Telescópio Espacial James Webb, da NASA, que deve ser lançado em 2021 com a missão de descobrir informações precisas sobre as atmosferas exoplanetárias. Este “Júpiter quente” é um bom candidato para isso porque os cientistas querem saber como a atmosfera se comporta em um planeta de temperaturas tão extremas.

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Fonte: Space.com