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Existe vida em Marte? Estudo gera polêmica com evidências de fungos e micróbios

Por| 28 de Março de 2019 às 20h20

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Existe vida em Marte? Estudo gera polêmica com evidências de fungos e micróbios
Existe vida em Marte? Estudo gera polêmica com evidências de fungos e micróbios

A busca por vida em Marte segue a todo vapor. E mesmo se a vida eventualmente descoberta por lá tenha prosperado somente há milhões ou bilhões de anos, com as atuais missões científicas no Planeta Vermelho confirmando que hoje Marte é realmente estéril, a notícia será uma verdadeira "bomba", mudando completamente nossa compreensão do universo e alterando também a maneira como enxergamos nosso próprio planeta. E um novo estudo para lá de polêmico e controverso está exibindo evidências de que, hoje, existe vida em Marte — fungos, liquens e micróbios, especificamente.

O artigo Evidence of Life on Mars?, publicado no Journal of Astrobiology and Space Science Reviews, está "dando o que falar" na comunidade científica. O documento traz imagens tiradas pelos rovers Curiosity e Opportunity, da NASA, e pesquisadores especializados em biologia estão chamando determinadas estruturas vistas nas imagens de fungos, liquens e algas, que estariam crescendo atualmente em Marte.

Os autores examinaram quase 200 estudos revisados por pares debatendo estruturas curiosas encontradas no terreno marciano, além de mudanças sazonais do metano e a possibilidade de que a vida "viaje" entre objetos no espaço. O próprio jornal científico chama as evidências do estudo de "controversas" — seis cientistas independentes e oito editores sênior revisaram o material antes da publicação, sendo que três desses especialistas votaram por rejeitar o documento.

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É que as evidências apontadas no artigo são circunstanciais (a conclusão do estudo admite isso, inclusive). O jornal se posicionou publicamente por meio de um comunicado à parte, dizendo que "evidência não é prova, e não há prova de vida em Marte", também afirmando que as imagens apresentadas como evidências podem mostrar estruturas que tenham outras explicações além das propostas pelos autores.

Já a co-autora do estudo, Regina Dass, diz "nosso artigo não se baseia em nossa opinião; nós revisamos quase 200 pesquisas conduzidas por mais de 500 cientistas, muitos dos quais trabalham na NASA, e todo esse trabalho coletivamente pesa a favor da biologia". Ela ainda diz que "admitimos que não temos uma arma fumegante; não há provas definitivas, apenas muitas evidências que gritam: biologia".

Pelo menos dois pontos específicos do estudo carecem de consistência. O primeiro é relacionado à perícia de campo — enquanto é vital que um grande número de especialistas concorde que tais formações incomuns são evidências de liquens e fungos, não se pode desconsiderar outro grande número de especialistas céticos em relação às descobertas.

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O outro ponto se refere a uma possível conexão com a Terra: no artigo, os autores sugerem que a vida em nosso planeta poderia ter "viajado" para Marte por meio de colisões cósmicas com detritos indo de cá para lá, mas quando questionados sobre como essa vida poderia não apenas sobreviver no vácuo espacial enquanto rumava para Marte, mas também prosperar em um mundo gelado, sem água e oxigênio, eles respondem que "Marte é um mundo alienígena, e qualquer vida em Marte pode ter desenvolvido características alienígenas únicas que lhes permitem sobreviver".

E essa questão do oxigênio é realmente complicada, pois existem certos micróbios terrestres capazes de viver sem oxigênio, com pouco acesso a água e em meio a altos níveis de radiação, mas ao pensar em formas mais complexas de vida, é preciso lembrar que somente temos conhecimento de três espécies multicelulares capazes de viver sem oxigênio na Terra — e elas são microscópicas, muito diferentes dos supostos cogumelos fotografados em Marte.

Concluindo: apesar de as evidências descritas no estudo, contando com vários especialistas em astrobiologia, serem intrigantes o suficiente para não serem ignoradas, é preciso cautela para afirmar que existe vida em Marte nos dias atuais, pois tais evidências não são uma prova definitiva. Essas evidências, por enquanto, apenas gritam bem alto que nós precisamos de mais observações.

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Fonte: IFL Science, Journal of Astrobiology and Space Science Reviews