Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Estrelas deixam pistas após devorar planetas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 21 de Março de 2024 às 11h13

Link copiado!

NASA/ESA/G. Bacon
NASA/ESA/G. Bacon

Parece que 1 a cada 12 estrelas pode ter devorado um planeta. Em um novo estudo, uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Dr. Fan Liu, professor associado na Universidade Monash, estudou estrelas gêmeas que deveriam ter a mesma composição. Entretanto, eles perceberam que elas apresentavam diferenças em 8% dos casos. 

O Dr Fan Liu explica que, como as estrelas gêmeas nasceram da mesma nuvem molecular, era esperado que tivessem a mesma composição. “Graças a essa análise de precisão muito alta, podemos ver diferenças químicas entre as gêmeas”, disse. 

Segundo ele, isso é uma evidência fortíssima de que uma das estrelas devorou planetas ou material planetário, e sua composição acabou mudando. O fenômeno foi observado em 8% dos 91 pares de estrelas gêmeas estudadas.

Continua após a publicidade

O que mais intrigou os pesquisadores é que elas são estrelas da sequência principal, ou seja, estão longe do fim do seus ciclos. “Isso é diferente de estudos anteriores, onde estrelas de estágios tardios podem engolir planetas próximos quando a estrela se torna uma bola gigante”, observou ele. 

Este cenário nada agradável faz parte do futuro do nosso Sistema Solar. Em cerca de 5 bilhões de anos, o Sol vai se tornar uma gigante vermelha, expandindo suas camadas mais externas por nosso sistema. Quando isso acontecer, os planetas mais próximos do astro — incluindo a Terra — dificilmente vão escapar. 

No caso do estudo, ainda não está claro se as estrelas estão devorando planetas inteiros ou apenas material protoplanetário. “A ingestão do planeta inteiro é o nosso cenário preferido, mas é claro que também não podemos descartar a possibilidade de que essas estrelas tenham ingerido muito material de um disco protoplanetário", observou Liu.

Continua após a publicidade

As descobertas foram feitas através de dados dos telescópios Magellan, Observatório Europeu do Sul e do telescópio Keck, no Havaí. Os resultados podem ajudar os pesquisadores a entender melhor os processos de formação planetária, já que os astrônomos não consideravam que eventos do tipo fossem possíveis.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: Eurekalert