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Este cometa está condenado à destruição à medida que se aproxima do Sol

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Março de 2022 às 09h40

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NASA/Missão SOHO
NASA/Missão SOHO

Um cometa próximo do Sol está sofrendo um lento processo de destruição. Descoberto em 1999, ele recebeu o nome de 323P/SOHO, mas suas aproximações junto ao Sol está despedaçando seu núcleo pouco a pouco.

Seu periélio — isto é, o ponto de sua órbita mais próximo do Sol — é de apenas 0,04 unidades astronômicas. Uma unidade astronômica é a distância média entre a Terra e o Sol, então podemos supor que o 323P/SOHO fica realmente perto de nossa estrela.

Seu período orbital — tempo que leva para completar uma volta — é de pouco mais de quatro anos terrestres. Em 2020, observações com o telescópio Subaru mostraram que o cometa não tinha características cometárias (coma e cauda) à medida que se aproximava do periélio, mas isso mudou — para o azar do objeto.

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É difícil observar um corpo espacial como este durante o periélio, porque o brilho do Sol é tão intenso que ofusca qualquer objeto que esteja tão próximo. Mas, nas observações pós-periélio, o cometa desenvolveu uma cauda longa e estreita, “imitando uma nuvem de detritos cometários em desintegração”, escrevem os autores em seu artigo.

O núcleo do 323P/SOHO tem apenas cerca de 172 metros de diâmetro e ele tem a rotação mais rápida de todos os cometas conhecidos do Sistema Solar. De acordo com os autores, o núcleo tem alta força coesiva, ou seja, é resistente aos encontros gravitacionais com o Sol. Isso, no entanto, não poderá salvá-lo da destruição.

A convicção dos pesquisadores no destino do cometa está na identificação de dois fragmentos de 20 metros de diâmetro vindos do objeto em março de 2021. Eles também descobriram que o 323P/SOHO perdeu entre 0,1-10% da massa de seu núcleo.

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Provavelmente, ele foi no passado um cometa comum da família de Júpiter, que se originaram como objetos do Cinturão de Kuiper e contêm muitos voláteis congelados. Mas, ao contrário de seus supostos “parentes”, o 323P/SOHO não apresenta uma cauda perceptível quando aquecido pelo Sol.

Em vez disso, concluíram os cientistas, é mais provável que sua cauda recente seja formada “pela instabilidade rotacional, além do enorme estresse térmico induzido pelo enorme gradiente de temperatura dentro de seu núcleo ao redor do periélio”.

Suas aproximações no Sol podem continuar por algum tempo, mas é improvável que o 323P sobreviva por muito tempo, em parte por causa de sua instabilidade rotacional e em parte porque tem uma forte ressonância orbital com Saturno. Essa ressonância, explicam os autores, diminuirá seu periélio, deixando-o mais perto ainda do Sol.

Mas isso não vai ser um processo rápido, e não estaremos aqui para assistir. De acordo com o estudo, “o 323P tem uma probabilidade de 99,7% de colidir com o Sol nos próximos dois milênios”. O artigo está disponível em pré-print no arXiv.

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Fonte: Universe Today