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Encontrados os "restos mortais" das primeiras estrelas do universo

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESO/L. Calçada/M. Kornmesser
ESO/L. Calçada/M. Kornmesser

Pela primeira vez, astrônomos detectaram sinais das primeiras estrelas do universo — ou melhor, de seus “restos mortais”. Eles encontraram três nuvens de gás, todas com a composição química que se espera haver após a explosão de estrelas nascidas há 13,5 bilhões de anos.

Segundo alguns modelos cosmológicos, as primeiras estrelas que se formaram no universo eram formadas apenas por hidrogênio e hélio. Elas eram dezenas ou centenas de vezes mais massivas que o nosso Sol e, por isso, explodiram em pouco tempo para espalhar novos tipos de gases pelo cosmos.

Essa população inicial já não existe há muito tempo e os astrônomos ainda não obtiveram muitas evidências de que elas sequer existiram. Uma solução para o problema é procurar por “restos”, ou seja, os elementos químicos que se dispersaram após as explosões.

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Quando as primeiras estrelas se formaram, a matéria do universo era composta basicamente por hidrogênio e hélio, e foi por meio das primeiras supernovas que elementos mais pesados foram distribuídos. Afinal, essas estrelas puderam fundir esses gases para formar elementos como carbono, oxigênio e magnésio.

Entretanto, ao contrário de gerações posteriores de estrelas, as primeiras não podiam fundir elementos como ferro. Isso significa que os remanescentes de suas explosões devem apresentar metalicidade menor que o normal (em astronomia, a metalicidade se refere à quantidade de elementos químicos mais pesados que o hidrogênio e o hélio).

Usando o instrumento X-shooter, do Very Large Telescope (VLT), os autores do novo estudo observaram luzes de quasares (galáxias com núcleos ativos superbrilhantes) que percorreram bilhões de anos até chegar a nós. No caminho, esses feixes de luz interagiram com algumas nuvens de gás. Ao estudar o espectro das luzes dos quasares, os cientistas determinaram que elas foram alteradas por três nuvens de baixa metalicidade, ou seja, compostas basicamente por hidrogênio, hélio e um pouco de carbono e outros elementos mais leves que o ferro.

Para Stefania Salvadori, professora associada da Universidade de Florença e coautora do estudo, essa descoberta “abre novos caminhos para estudar indiretamente a natureza das primeiras estrelas, complementando totalmente os estudos de estrelas em nossa galáxia”.

O artigo com os resultados foi publicado no The Astrophysical Journal.

Fonte: ESO