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Depois de 40 anos, Jocelyn Burnell será reconhecida pela descoberta dos pulsares

Por| 13 de Setembro de 2018 às 16h18

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A astrofísica Jocelyn Bell Burnell poderia ter sido reconhecida “somente” pela proeza de ser vencedora do prêmio Breakthrough Especial de Física Fundamental, que contempla os principais nomes da área. Contudo, ela ainda aceitou doar a quantia total do que recebeu, em torno de R$ 12 milhões, convertida em bolsas de estudo para pesquisadores refugiados e de minorías étnicas.

Ela foi responsável por coordenar o grupo que desenvolveu um telescópio capaz de “ver” ondas de rádio e descobrir que estrelas também emitem este tipo onda, para além da luz visível. Ao analisar tais dados, ela oficialmente foi a primeira, mesmo dentro de seu grupo, a reconhecer a existência dos pulsares.

Burnell foi anunciada como vencedora do prêmio pela descoberta dos pulsares, estrelas com capacidade de transformar energia cinética de suas rotações em eletromagnética. A teoria sobre o tema foi criada por ela e dois colegas, 50 anos atrás, mas somente seus parceiros, do sexo masculino, foram reconhecidos em 1974 com o prêmio Nobel de Física, ação considerada por muitos uma injustiça com a pesquisadora. Como portadora da chamada síndrome do impostor, que a faz acreditar que não é capaz de seu próprio sucesso, a pesquisadora nunca refutou o prêmio.

Mas a justiça tardou e não falhou: em 4 de novembro, ela vai receber, então, seu merecido reconhecimento, mesmo com 40 anos de atraso, em uma cerimônia no Vale do Silício. A expectativa de Burnell é de que mulheres e minorias possam ter acesso à produção científica com o montante doado por ela.

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"Eu não quero nem preciso do dinheiro”, informou a cientista em entrevista para a BBC, sobre o montante. “Pareceu-me que fosse, talvez, o melhor uso que poderia dar a ele”, comenta, a respeito da doação. Sem dúvidas, esse é o prêmio mais lucrativo da ciência moderna.

Fonte: BBC