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Como diferenciar buraco negro de buraco de minhoca? A luz pode ser a resposta!

Por| Editado por Patricia Gnipper | 15 de Novembro de 2022 às 12h10

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Genty/Pixabay
Genty/Pixabay

Um novo estudo de físicos da Universidade de Sofia, na Bulgária, sugere que talvez seja possível diferenciar buracos negros e buracos de minhoca com a luz que viaja ao redor deles. Na prática, isso significa que, se os buracos de minhoca existem, este pode ser o caminho para identificá-los — e que, talvez, já tenham até sido observados.

Os buracos negros são extremamente densos, com gravidade tão forte que nem mesmo a luz consegue escapar deles. Já os buracos de minhoca são objetos teóricos previstos pela Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, que seriam como “atalhos” hipotéticos pelo universo.

Em 2019, o conjunto de radiotelescópios do projeto Event Horizon Telescope (EHT) proporcionou uma imagem do buraco negro M87*, a primeira imagem direta já obtida de um deles. Agora, para o estudo, os pesquisadores tentaram descobrir se poderiam usar os dados da polarização da luz, capturados pelo EHT, para diferenciar um buraco negro de um buraco de minhoca.

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Com modelos computacionais, eles descobriram que a luz direta (aquela emitida na área ao redor do buraco negro, que pode ser identificada pelos observatórios) não oferece dados detalhados o suficiente para diferenciar os dois objetos. Por outro lado, a diferença na quantidade de polarização entre um buraco negro e um buraco de minhoca seria menor que 4%.

“Com as observações atuais, você não consegue diferenciar um buraco negro de um buraco de minhoca — pode existir um buraco de minhoca ali, mas não conseguimos identificar a diferença”, disse Petya Nedkova, uma das autoras do estudo. Então, eles decidiram procurar por outro meio de distinguir os objetos e trabalharam com modelos de luz mais energética, emitida próxima do buraco negro.

Esta luz é arrastada pela gravidade do buraco negro antes de seguir à Terra. Ao considerar as diferenças da distorção do espaço-tempo causadas pelo objeto, a equipe descobriu que a luz que viajou ao redor do buraco de minhoca pode ser mais de oito vezes mais polarizada que aquela que viajou ao redor de um buraco negro comum.

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A diferença da direção da polarização neste caso seria de até 50%, mas ainda não há observações confiáveis deste tipo de luz ao redor de um buraco negro. Por isso, eles examinaram também outra possibilidade teórica: se os buracos de minhoca podem ser atravessados, isso significa que a luz pode viajar através deles e sair do outro lado, e aí ela poderia ser observada.

Se isso acontecer, os efeitos gravitacionais no interior do buraco negro podem fazer a luz sair com brilho mais de seis vezes maior que aquela ao redor do buraco negro no “nosso” lado, criando também alguns pequenos anéis luminosos. Portanto, é teoricamente possível diferenciar buracos negros dos buracos de minhoca com os dados que temos atualmente.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Physical Review D.

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Fonte: Physical Review D; Via: News Scientist