Com inteligência artificial, pesquisadores encontram 560 mil galáxias em imagens
Por Danielle Cassita | 11 de Agosto de 2020 às 22h45
Encontrar e classificar galáxias espirais em grandes quantidades de imagens está longe de ser algo simples, mas um grupo de pesquisadores encontrou uma forma de otimizar essa tarefa com o uso da inteligência artificial. Assim, eles conseguiram identificar e classificar um grande número de galáxias em um extenso banco de imagens — algo que seria de grande dificuldade se fosse feito manualmente pelos pesquisadores. Os resultados do estudo foram publicados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
- Inteligência artificial descobre 2.000 novas estrelas "bebês" na Via Láctea
- Inteligência artificial é usada para prever colisões de exoplanetas
- Inteligência artificial vai ajudar NASA a analisar dados sobre exoplanetas
Composta por vários astrônomos do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ), a equipe aplicou uma técnica de aprendizado profundo (deep learning) para analisar e classificar imagens em uma extensa base de imagens. A grande sensibilidade do sistema permitiu identificar mais de 560 mil galáxias nas fotos sem intervenção humana.
Ken-ichi Tadaki, professor-assistente de projetos do NAOJ, observou que, se uma inteligência artificial consegue classificar imagens de cães e gatos, deveria também conseguir diferenciar galáxias com padrões Assim, com dados de treinamento preparados por humanos, a IA conseguiu classificar a morfologia das galáxias com uma precisão de 97,5%. Ao aplicar a IA à base dados completa, foi possível identificar espirais em 80.000 das galáxias.
Confira o processo do estudo na animação abaixo:
Agora, o NAOJ está trabalhando em um projeto científico-civil chamado Galaxy Cruise, onde as pessoas irão analisar imagens de galáxias feitas pelo telescópio Subaru para procurar características que indiquem que a galáxia está colidindo ou se mesclando com outra. Como a técnica da inteligência artificial se provou eficiente, ela será treinada com classificações feitas por humanos para se tornar ainda mais precisa. Masayuki Tanaka, professor associado, está otimista: “ao aplicar deep learning no topo das classificações feitas pelos ‘cidadãos cientistas’ no Galaxy Cruise, possivelmente vamos encontrar um grande número de galáxias em colisão e se mesclando”, explica.
Fonte: Eurekalert