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Cientistas podem ser enganados por "fósseis falsos" em Marte, aponta estudo

Por| Editado por Patricia Gnipper | 16 de Novembro de 2021 às 21h01

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NASA
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A vida pode ter existido no passado distante de Marte, mas as pistas para encontrar possíveis fósseis às vezes são enganosas. Isso porque todos os processos conhecidos como bioassinaturas, isto é, substâncias ou variações temporais que necessitam de um agente biológico para serem produzidas, têm suas contrapartes não-biológicas. Por isso, um novo estudo foi publicado para ajudar a evitar equívocos.

De acordo com os astrobiólogos das Universidades de Edimburgo e de Oxford, cientistas já foram “enganados” em muitas ocasiões, enquanto buscavam sinais de vida fora da Terra. Objetos que se pareciam com fósseis de seres microscópicos foram encontrados em rochas antigas da Terra, e até mesmo em meteoritos de Marte, mas acabaram descobrindo que as origens daquelas assinaturas não eram biológicas.

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Em um novo artigo, os autores tentam advertir cientistas que trabalham com dados de missões como a Curiosity e Perseverance, da NASA, e a chinesa Zhurong, pedindo por “mais pesquisas sobre os processos de imitação de vida no contexto de Marte, para evitar cair nas mesmas armadilhas repetidamente”, escreveu Julie Cosmidis, Professora Associada de Geobiologia da Universidade de Oxford.

Para os autores, eventualmente os cientistas encontrarão em Marte algo que se parecerá muito com algum tipo de bioassinatura. Algumas moléculas orgânicas já foram identificadas em Marte, e, embora não sejam bioassinaturas, os cientistas esperam que as técnicas utilizadas para essas descobertas ajudem a encontrar aquilo que estão procurando: sinais de vida. O problema é distingui-los dos processos dos não-biológicos.

No estudo, os pesquisadores procuraram por cada um dos processos conhecidos que poderiam ter criado depósitos semelhantes à vida nas rochas de Marte, e identificaram dezenas deles. Essas falsas pistas podem apresentar estruturas que imitam formas de vida simples e microscópicas que, de fato, poderiam ter existido em Marte. Assim, os autores pedem uma maior pesquisa interdisciplinar sobre o assunto para compreender melhor como os sinais de vida antiga marciana devem ser.

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Entre os tipos de processos naturais — não-biológicos — que podem aparecer em Marte, estão depósitos que se parecem com células bacterianas e moléculas baseadas em carbono, ou seja, semelhantes aos "blocos de construção" de todas as formas de vida que conhecemos. “Para cada tipo de fóssil lá fora, há pelo menos um processo não biológico que cria coisas muito semelhantes, então há uma necessidade real de melhorar nossa compreensão de como essas coisas se formam”, disse o Dr. Sean McMahon, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Edimburgo.

A pesquisa foi publicada no Journal of the Geological Society.

Fonte: Universidade de Edimburgo