Ondas magnéticas podem ser responsáveis pelo calor da coroa solar
Por Daniele Cavalcante | Editado por Patricia Gnipper | 26 de Julho de 2023 às 19h30
A espaçonave Solar Orbiter forneceu dados que ajudaram os cientistas a dar mais um passo na solução de um dos grandes mistérios do Sol: a temperatura extrema da coroa solar. Eles encontraram pequenas ondas magnéticas de movimento rápido produzindo energia que, teoricamente, poderiam explicar o aquecimento coronal.
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Quando vemos imagens do Sol, estamos observando a fotosfera, a superfície da estrela com temperaturas de aproximadamente 5.600 ºC. No entanto, a coroa solar, atmosfera mais externa e invisível do Sol, chega a milhões de graus Celsius.
Essa diferença de temperatura intriga os cientistas há décadas. Para descobrir as origens dela, eles investigam diversos eventos que ocorrem na fotosfera, que é por onde o calor escapa do interior da estrela, e em outras camadas da atmosfera.
No estudo recente, publicado na revista The Astrophysical Journal Letters, os autores analisaram os dados de ultravioleta da Solar Orbiter para estudar um campo magnético um pouco menor que o diâmetro da Terra. Ele pode parecer enorme para nós, porém é uma das menores estruturas magnéticas da coroa solar.
Para isso, eles usaram o instrumento Extreme Ultraviolet Imager, a bordo do Solar Orbiter, que revelou oscilações rápidas nas nessas estruturas magnéticas e a energia liberadas por suas ondas de alta frequência. Segundo a equipe, esses pequenos eventos contribuem para o aquecimento coronal.
Em seguida, a equipe usou um método estatístico que incluiu outros estudos científicos sobre o tema, e concluiu que a contribuição das ondas de alta frequência para o aquecimento coronal é maior do que aquela das ondas de baixa frequência. Os próximos passos vão ser observar por mais tempo ondas magnéticas recém-descobertas na superfície do Sol.
Fonte: EUI, The Astrophysical Journal Letters