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Brasil avança em lançamento de nanossatélites

Por| 27 de Junho de 2019 às 07h45

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NASA
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O Brasil está cada vez mais ativo no campo das ciências espaciais. Em um acordo para colocar o país entre grandes exploradores de telemática, pesquisadores brasileiros agora fazem parte de um consórcio internacional que visa o lançamento de nanossatélites, ou cubesats, para observação da Terra. Com isso, espera-se que seja lançado para órbita terrestre um conjunto de equipamentos capazes de fornecer imagens de alta qualidade e em três dimensões sobre o clima e o relevo de nosso planeta.

Cada nanossatélite tem, em média, 10 cm de aresta, ou seja, é menor do que uma caixa de sapato. Quando em órbita, esses pequenos aparatos funcionam como sensores capazes de coletar e enviar informações de alta qualidade para os pesquisadores em solo.

"A maior vantagem dos mini e nanossatélites é que, por estarem em altitudes mais baixas [a 300 quilômetros da superfície terrestre], eles têm menor latência. Dessa forma, é possível que o fluxo de dados seja feito em tempo real, ao contrário dos satélites geoestacionários. Outra vantagem considerável é que o custo do lançamento de um satélite costuma ser calculado pela sua massa," explicou Klaus Schilling, professor do Centro para Telemática da Alemanha e líder do projeto, que envolve pesquisadores da Alemanha, África do Sul, Áustria, China, Canadá e EUA. Ou seja, nanossatélites custam pouco e rendem muito.

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Após um encontro realizado em São José dos Campos (SP), que discutiu o projeto Missão Telemática Internacional (TIM), foi acordado que novos satélites com menos de 3 kg serão lançados, provavelmente de uma base na China, para fins de pesquisa.

Para Geilson Loureiro, chefe do Laboratório de Integração e Testes do Inpe, institutos e universidades do Estado de São Paulo que participaram da reunião poderão dar seguimento ao projeto nacional de lançamento de cubesats.

"Temos a tecnologia e a intenção de participar da empreitada, que deve reunir, além de pesquisadores da Bavária, cientistas das províncias de Shandong, Quebec e Western Cape. Reunimos integrantes das empresas paulistas Visiona, Orbital e Cron e pesquisadores do Inpe, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade Federal do ABC para discutir nossa participação e formular uma proposta de financiamento do projeto" revelou.

Com o Brasil participando do TIM, espera-se que o país consiga lançar até nove cubesats para colaborar com o projeto. O objetivo principal é conseguir colocar o país como colaborador em inovação telemática, coletando informações e dados importantes de observação, exploração e telecomunicações.

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Os cubesats não são raros lá em cima, aliás. Existem milhares deles orbitando a Terra, ora desempenhando funções básicas, ora coletando dados para pesquisas avançadas. No entanto, participar de um projeto cujo objetivo é realizar pesquisas de ponta com documentação em 3D de formações meteorológicas e geológicas é um grande passo para os cientistas brasileiros, que controlarão os equipamentos em solo nacional.