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"Batimentos cardíacos" em rajada de rádio intrigam astrônomos

Por| Editado por Rafael Rigues | 14 de Julho de 2022 às 15h15

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CHIME/MIT News
CHIME/MIT News

Uma equipe de astrônomos identificou uma rajada rápida de rádio (FRB) misteriosa: o sinal intrigante parece vir de uma galáxia distante e persiste por até três segundos, ou seja, tem duração quase mil vezes maior que a média das FRBs. Dentro deste intervalo, a equipe descobriu explosões de ondas de rádio que se repetem a cada 0,2 segundos seguindo um padrão periódico, como se fossem batimentos cardíacos.

As FRBs são consideradas emissões intensas e breves de ondas de rádio que não duram mais que alguns milissegundos e têm origem astrofísica desconhecida. A primeira FRB foi descoberta em 2007 e, desde então, centenas de outras emissões de rádio foram detectadas pelo universo. Grande parte das descobertas foi proporcionada pelo radiotelescópio Canadian Hydrogen Intensity Mapping Experiment (CHIME), que observa continuamente o céu enquanto a Terra gira.

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O CHIME descobriu a FRB em questão em 2019, e o sinal logo chamou a atenção de Daniele Michilli, pós-doutoranda no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. “Não apenas durou muito, com cerca de três segundos, mas tinha picos periódicos estranhamente precisos emitidos a cada fração de segundo, como batimentos cardíacos”, disse. “Esta é a primeira vez que o sinal é periódico”.

Chamado “FRB 20191221A”, o sinal recém-descoberto é a FRB mais longa já identificada até então, tendo também o padrão periódico mais claro conhecido. O sinal parece ter vindo de uma galáxia a cerca de sete bilhões de anos-luz da Terra, mas ainda não se sabe exatamente o objeto que o causa. Ao analisar o padrão das emissões de FRB 20191221A, Michilli e seus colegas encontraram algumas semelhanças com aquelas vindas de pulsares de rádios e magnetares na Via Láctea.

A diferença principal entre a nova detecção e as emissões de rádio da nossa galáxia é que a FRB 20191221A parece ser mais de um milhão de vezes mais brilhante. Por isso, Michilli sugere que os pulsos de luz venham de algum pulsar distante de rádio (uma estrela de nêutrons que emite feixes de ondas de rádio) ou até de algum magnetar que, embora normalmente seja menos brilhante em função de sua rotação, pode ter ejetado várias explosões de luz brilhantes em três segundos bem quando o CHIME podia observá-lo.

Agora, a equipe espera descobrir mais sinais periódicos da fonte, que podem ser usados como uma espécie de relógio astrofísico, em que a frequência das emissões e as mudanças delas conforme sua origem se afasta da Terra podem ser usados para medir a taxa de expansão do universo. “Esta detecção nos traz a pergunta do que poderia causar esse sinal extremo que jamais vimos antes, e como podemos usá-lo para estudar o universo”, explicou ela.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Nature; Via: MIT