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Astrônomos querem prever colisões de estrelas de nêutrons com antecedência

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Março de 2023 às 13h10

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NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine
NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine

Um software em desenvolvimento poderá prever uma fusão de estrelas de nêutrons com até um minuto de antecedência. A ideia é enviar um alerta para os astrônomos poderem acompanhar os eventos mais cataclísmicos do universo, do início ao fim.

Em 2017, os astrônomos observaram pela primeira vez uma colisão entre duas estrelas de nêutrons. A detecção foi possível graças às ondas gravitacionais — ondulações no espaço-tempo formadas por eventos envolvendo objetos massivos no universo.

Observar uma colisão de estrelas de nêutrons não é apenas raro, mas também é importante para compreender melhor como os elementos pesados da tabela periódica são espalhados pelo cosmos. A fusão de 2017, por exemplo, produziu uma quantidade de ouro equivalente a várias vezes a massa da Terra.

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Para observar as ondas gravitacionais, é preciso detectores específicos para esse fim, como o LIGO, Virgo e Kagra. Foi com eles que os cientistas detectaram primeiro o evento de 2017 e puderam alertar astrônomos de todo o mundo.

Deste modo, os telescópios ópticos puderam ser apontados para o local do evento, mas havia um problema: o impacto já havia ocorrido. Tudo o que os astrônomos puderam ver foi o que aconteceu em seguida, com um atraso de várias horas para os observatórios do hemisfério Sul.

Boa parte dos telescópios só puderam procurar e observar o impacto 11 horas depois, perdendo um tempo valioso. Talvez, isso não teria ocorrido caso os astrônomos pudessem saber com antecedência que a colisão iria ocorrer.

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Foi pensando nisso que os cientistas começaram a desenvolver um novo software de alerta. Na verdade, já existe um software principal, que usa dados do LIGO para alertar a comunidade científica quando um evento ocorrer, mas a nova versão pretende prever a colisão com até 1 minuto de antecedência.

Isso é possível porque, à medida que as estrelas de nêutrons giram em torno uma da outra em espiral rumo à colisão, elas orbitam cada vez mais rápido e emitem ondas gravitacionais de frequências cada vez mais altas antes do impacto final. Embora um minuto pareça pouco tempo, será um intervalo precioso para os astrônomos.

Com avisos prévios de fusões de estrelas de nêutrons, observações em raios gama, raios X e rádio poderão coletar dados muito importantes para a compreensão do processo. Com os instrumentos adequados, os pesquisadores poderão detectar flashs de rádio, por exemplo, e compará-los com as previsões teóricas.

Fonte: Caltech