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Astrônomos detectam objeto que não se enquadra em ‘nenhuma categoria conhecida’

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Reprodução/ESO
Reprodução/ESO

Astrônomos detectaram um objeto misterioso em uma galáxia próxima, visível apenas em comprimentos de onda milimétricos. E a maior surpresa é que esse corpo celeste não se enquadra em nenhuma categoria conhecida pelos especialistas.

Chamado de Punctum — palavra derivada do latim pūnctum, que significa “ponto” —, o novo objeto astrofísico foi identificado por uma equipe liderada por Elena Shablovinskaia, cientista do Instituto de Estudos Astrofísicos da Universidade Diego Portales, no Chile.

Os pesquisadores utilizaram o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) para fazer as observações que levaram à descoberta do Punctum. Contudo, eles ainda não sabem ao certo do que se trata; apenas que é compacto, possui um campo magnético estruturado e irradia grandes quantidades de energia.

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“No momento, o Punctum realmente se destaca — não se encaixa confortavelmente em nenhuma categoria conhecida. E, honestamente, nada parecido com isso apareceu em levantamentos milimétricos anteriores, principalmente porque, até recentemente, não tínhamos nada tão sensível e com alta resolução quanto o ALMA”, ressaltou Shablovinskaia ao site Space.com.

Galáxia próxima à Via Láctea

O Punctum está localizado na galáxia NGC 4945, a cerca de 11 milhões de anos-luz de distância da Via Láctea — considerada próxima em escala astronômica.

Mesmo assim, o objeto não pode ser observado em luz visível ou em raios X, apenas em comprimentos de onda de rádio na faixa milimétrica.

Teorias sobre o Punctum

A equipe de Shablovinskaia afirma que o Punctum não parece ser uma erupção ou fenômeno transitório, já que seu brilho se manteve estável ao longo de diversas observações realizadas em 2023.

Os cientistas também destacam que a intensa polarização de sua emissão milimétrica sugere a presença de um campo magnético altamente estruturado. Isso pode indicar que o Punctum é compacto e emite radiação síncrotron.

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Essa radiação poderia ser alimentada por um magnetar — um tipo de estrela de nêutrons com campo magnético extremamente intenso. No entanto, como magnetares conhecidos são mais fracos em comprimentos de onda milimétricos do que o Punctum, essa hipótese é questionada.

“Quando você coloca isso em contexto, o Punctum é surpreendentemente brilhante — de 10 mil a 100 mil vezes mais luminoso do que magnetares típicos, cerca de 100 vezes mais brilhante do que microquasares e de 10 a 100 vezes mais brilhante do que quase todas as supernovas conhecidas, com apenas a Nebulosa do Caranguejo superando-o entre as fontes relacionadas a estrelas em nossa galáxia”, destacou Shablovinskaia.

Outra possibilidade é que o Punctum seja uma versão atípica de um objeto já conhecido, como um magnetar em um ambiente incomum ou um remanescente de supernova interagindo com material denso.

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Para esclarecer sua natureza, serão necessárias novas observações com o ALMA e, possivelmente, com os instrumentos de detecção de luz infravermelha do Telescópio Espacial James Webb.

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Fonte: Space