Após os cortes da Era Trump, NASA se ausenta de grandes eventos de astronomia

Por Nathan Vieira | 27/06/2025 às 11:38

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Neste mês de junho, cientistas e profissionais da astronomia notaram a ausência da NASA e da Fundação Nacional de Ciência (NSF) na 246ª reunião da Sociedade Astronômica Americana (AAS), realizada entre os dias 8 e 12, em Anchorage, Alasca. A retirada das instituições aconteceu pouco antes do evento e chamou atenção entre os participantes. Tradicionalmente, NASA e NSF participam ativamente das reuniões da AAS com apresentações sobre projetos, missões e programas de financiamento. Desta vez, ambas decidiram cancelar sua participação formal.

Segundo a NASA, a medida faz parte de um esforço para reavaliar gastos e priorizar recursos, com foco em missões tripuladas para a Lua e Marte.

A decisão está em paralelo com a proposta orçamentária da Casa Branca para o ano fiscal de 2026, divulgada em maio. O documento propõe cortes significativos nas áreas científicas, incluindo a redução de quase metade do orçamento para ciência da NASA e a eliminação de várias missões.

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Impactos na pesquisa e na formação de cientistas

Com o novo orçamento, programas em andamento, como o Telescópio Espacial James Webb, o Hubble, o LIGO e o telescópio solar DKIST, podem ser afetados. No caso da NSF, o número de pessoas financiadas pode cair de cerca de 330 mil para 90 mil.

Programas de apoio à formação, como o NSF Graduate Research Fellowship Program (GRFP), também estão sob risco. O orçamento proposto reduz a verba do GRFP de US$ 284 milhões para US$ 127 milhões.

Comunicação limitada e receio de repercussões

A ausência das "Town Halls", sessões abertas para perguntas e atualizações, também foi sentida. Esses encontros costumam ser momentos importantes de diálogo entre cientistas e as agências. Alguns participantes levantaram a hipótese de que as instituições preferiram evitar discussões públicas sobre os cortes.

Pesquisadores relataram mudanças nas diretrizes internas sobre o que podem ou não dizer publicamente. Termos antes comuns estão sendo evitados, e há receio de que certas falas possam gerar impactos profissionais.