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Anã marrom mais próxima da Terra possui faixas semelhantes às de Júpiter

Por| 06 de Maio de 2020 às 10h09

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Caltech/R. Hurt (IPAC)
Caltech/R. Hurt (IPAC)

Astrônomos descobriram uma dupla de anãs marrons com uma peculiaridade: uma delas, chamada Luhman 16A, tem faixas semelhantes às de Júpiter e Saturno; já a outra, chamada Luhman 16B, mostra sinais de nuvens irregulares. É a primeira vez que cientistas usam a técnica da polarimetria para determinar as propriedades de nuvens atmosféricas fora do Sistema Solar.

Também conhecidas como "estrelas fracassadas", as anãs marrons são objetos intermediários - evoluem até se tornarem maiores que qualquer planeta, mas não atingem tamanho suficiente para iniciar a fusão do hidrogênio em seu núcleo e, portanto, não se tornam estrelas. Assim, possuem baixa luminosidade e adquirem a cor marrom. Geralmente têm de 13 a 80 vezes a massa de Júpiter.

As duas anãs marrons descobertas são, na verdade, um sistema binário a uma distância de 6,5 anos-luz, sendo assim o terceiro sistema mais próximo do nosso Sol depois de Alpha Centauri e da Estrela de Barnard. Ambas as anãs marrons pesam cerca de 30 vezes mais que Júpiter e possuem temperaturas semelhantes (cerca 1.000 °C). No entanto, elas mostram um clima diferente, e isso pode ser constatado pelas suas nuvens.

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Não é fácil ver as anãs marrons, mas é possível medir o brilho delas. A Luhman 16B não mostra sinais de faixas de nuvens estacionárias - ao invés disso, ela apresenta variações visíveis de brilho, apresentando evidências de que suas nuvens são irregulares. Isso não ocorre com a Luhman 16A. Os astrônomos mediram a polarização da luz e puderam deduzir a presença de nuvens mesmo sem conseguir saber como é a estrutura delas. Ainda de acordo com os pesquisadores, podem chover coisas estranhas, como silicatos ou amônia no sistema Luhman 16.

Os resultados dessa técnica, que usa a polarização, são interessantes porque ela pode ser aplicada não só em anãs marrons, mas também em exoplanetas (mundos que orbitam estrelas que não o Sol). As atmosferas dos gigantes gasosos e quentes são semelhantes às de anãs marrons, então a polimetria pode ajudar na pesquisa desse tipo de planeta.

Fonte: NASA