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3I/ATLAS | Sonda da NASA pode ser atingida por partícula do cometa interestelar

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Reprodução/NASA/NOIR Lab
Reprodução/NASA/NOIR Lab

Uma pesquisa conduzida por cientistas europeus revelou que a nave espacial Europa Clipper, da NASA, pode ser atingida em breve por partículas da cauda iônica do cometa interestelar 3I/ATLAS. O estudo foi publicado na plataforma de artigos pré-impressos arXiv (arxiv.org).

Samuel Grant, pesquisador do Instituto Meteorológico Finlandês, e Geraint Jones, da Agência Espacial Europeia (ESA), desenvolveram um programa chamado Talicatcher — um código de computador capaz de rastrear o movimento de materiais carregados pelo vento solar.

A partir dos dados obtidos com esses rastreamentos, os cientistas verificaram com precisão que o alinhamento entre a nave, o objeto interestelar e o Sol deve ocorrer entre 30 de outubro e 6 de novembro. E será uma grande oportunidade para coletar amostras do material do cometa.

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“Praticamente não temos dados sobre o interior de cometas interestelares e os sistemas estelares que os formaram. Amostrar a cauda dessa forma é o mais próximo que podemos chegar atualmente de uma amostra direta de tal objeto e, portanto, de uma parte diferente da galáxia”, destacou Grant, líder da pesquisa, ao Space.com.

Material ejetado durante a aproximação com o Sol

A cauda iônica do cometa, que deve liberar as partículas, é formada à medida que o objeto se aproxima do Sol, como resultado do aumento da temperatura causado por esse movimento. O calor faz com que bolsões de gás do corpo celeste se expandam e explodam, liberando material no espaço.

“Estudamos corpos cometários porque eles agem como cápsulas do tempo, selando material de sua formação há bilhões de anos. Esse material é ejetado ao se aproximar do Sol, e parte dele é transportada para longe pelo vento solar, formando a cauda de íons”, explicou Grant.

O pesquisador acrescenta que, graças ao Talicatcher, foi possível medir a velocidade de um conjunto de partículas iônicas e rastrear seu caminho do Sol até a espaçonave, possibilitando comparações com a posição do cometa.

Detecção das partículas depende de algumas condições

No entanto, o impacto inofensivo das partículas iônicas na Europa Clipper depende de pelo menos três condições principais. Duas delas estão relacionadas às propriedades do vento solar, que precisa fluir na direção correta e ser forte o suficiente para transportar íons mais pesados até a espaçonave.

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Além disso, o shutdown (paralisação temporária) do governo dos Estados Unidos pode influenciar a detecção. Isso porque a nave está atualmente em modo de cruzeiro — com motores em uso mínimo e baixo consumo de energia — rumo a Júpiter.

Caso a paralisação persista, pode ser que os pesquisadores não consigam ativar a espaçonave durante a janela prevista de impacto das partículas.

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VÍDEO | FOTOS DA GALAXIA DIRETAMENTE DO ESPAÇO

Fonte: Space