Publicidade

Resident Evil: Infinite Darkness | 10 referências que você pode ter perdido

Por| Editado por Jones Oliveira | 13 de Julho de 2021 às 21h10

Link copiado!

Divulgação/Netflix
Divulgação/Netflix
Tudo sobre Netflix

Resident Evil: Infinite Darkness está disponível na Netflix e deu início a uma parceria entre o serviço de streaming e a Capcom que ainda prevê mais uma série em live-action. Trazendo de volta Leon e Claire, os protagonistas consagrados do segundo game da série, o show original com quatro episódios conta uma história inédita, mas que pode ser considerada parte da cronologia oficial da franquia.

Isso significa que os eventos dialogam com o passado e o futuro da série — na medida do possível, claro, já que, como uma atração voltada a novos e velhos fãs, ela tenta contar sua própria história. E como sempre acontece com produções desse tipo, os mais aficionados absorverão muito mais desse universo, já que, além da própria trama, há uma série de citações e referências a títulos e eventos que marcaram a saga Resident Evil.

Continua após a publicidade

Confira 10 momentos que fincam as raízes de Resident Evil: No Escuro Absoluto na cronologia da série. Fique atento, caso ainda não tenha assistido, pois o texto contém spoilers dos quatro episódios da série.

10. Vozes conhecidas

A série Resident Evil conta com diferentes trocas de elenco de tempos em tempos, mas, em Infinite Darkness, vozes reconhecíveis podem ser ouvidas nos personagens principais. No seriado, a Capcom e as produtoras Quebico e TMS Entertainment mantiveram a dupla de dublagem do remake de Resident Evil 2, mantendo a coerência das interpretações na atual era da saga.

Continua após a publicidade

Leon Kennedy, mais uma vez, é interpretado por Nick Apostolides, que também fez Frank em Life is Strange: Before the Storm. Já Stephanie Panisello retorna ao papel de Claire Redfield, tendo trabalhado nos últimos anos em Shadow of the Tomb Raider e Genshin Impact. Aliás, além das vozes, eles também foram responsáveis pela captura de movimentos dos protagonistas, tendo efetivamente os interpretado como forma de facilitar o trabalho dos animadores e trazer mais naturalidade aos movimentos dos personagens.

No elenco de Resident Evil: Infinite Darkness também estão Ray Chase (o Noctis de Final Fantasy XV), no papel de Jason; e Jona Xiao (da série Hightown) como Shen May, completando o quarteto central. O presidente Graham é dublado por Joe Thomas (Astral Chain, Diablo III), enquanto o secretário Wilson tem a voz de Brad Venable (Devil May Cry V).

No Brasil, entretanto, novos dubladores foram contratados para a série da Netflix. Resident Evil: No Escuro Absoluto tem Daniel Muller (Leon), Natália Alves (Claire), Jeane Marie (Shen May) e Duda Espinoza (Jason) no elenco principal.

Continua após a publicidade

9. Trauma do passado

Mesmo já tendo avançado mais de 20 anos no futuro de seu universo, a série Resident Evil continua tendo a contaminação de Raccoon City, vista no segundo e terceiro games, como pontos centrais. Afinal de contas, foi ali que os desmandos da Umbrella se transformaram em tragédia, com uma cidade dominada por zumbis e uma explosão que foi vista pelo governo como a única forma de conter a infecção.

Claire e Leon estavam lá e, no segundo capítulo de Infinite Darkness, o agente cita os eventos como forma de se posicionar ao lado de Jason, que também encarou um pesadelo semelhante, com armas biológicas, no Penamistão. A guerra e a destruição de toda uma cidade servem como ponto em comum entre os dois, mas a trama logo mostra que a semelhança para por aí mesmo.

Continua após a publicidade

8. Vírus zumbi

Uma citação rápida, ainda no primeiro episódio, também remete aos eventos originais. Logo após o ataque à Casa Branca, um dos primeiros eventos da série, Leon pergunta a Jason se ele acredita que os monstros foram criados pela ação do T-Vírus, o mesmo que vazou em Raccoon City e levou à destruição.

Para os fãs mais ligados à história, essa pode ser uma conversa esquisita. Afinal de contas, estamos em 2006, uma época em que os detalhes dos eventos envolvendo a cidade e as relações da Umbrella com o governo não eram necessariamente de conhecimento público. Soa estranho que Jason conheça esse nível de detalhe sobre o incidente, mesmo sendo do ramo militar e estando envolvido em um grande incidente biológico.

Continua após a publicidade

Àqueles que não conhecem, o T-Vírus é um dos tantos vírus criados pela Umbrella para possibilitar sua pesquisa com armas biológicas. Enquanto administrações controladas em laboratório levaram à criação de monstros mais violentos e perigosos, como os Hunters e os Tyrants, uma infecção descontrolada cria zumbis e Lickers, que os jogadores devem conhecer muito bem dos jogos da série.

7. Ratos contaminados

Outra referência importante ao passado da franquia é feita no segundo episódio, quando, em um dos momentos mais bizarros de Resident Evil: Infinite Darkness, Leon enfrenta uma horda de ratos contaminados dentro de um submarino. Um dos animais é o responsável, inclusive, pelo início do ataque à embarcação, em uma referência clara a uma das cenas mais icônicas do segundo jogo da série.

Continua após a publicidade

Ainda falando sobre Raccoon City, os ratos contaminados pelos vírus foram um dos vetores de infecção na cidade. Após uma missão desastrada da Umbrella no esgotos, envolvendo o roubo de agentes virais e a morte do pesquisador William Birkin, os animais acabaram tendo contato com o patógeno e transmitiram o vírus para a população da cidade, em um incidente biológico que também envolveu a contaminação da água da cidade e monstros oriundos da destruição de um outro laboratório, nas florestas que ficam nos arredores.

Curiosamente, apesar de serem um dos marcos da contaminação, o seriado da Netflix marca a primeira vez que os ratos são colocados efetivamente como inimigos. A cena, em si, não é das mais realistas nem assustadoras, fazendo com que essa estreia seja pouco memorável, a não ser pela galhofa.

6. Figurino

Continua após a publicidade

Leon e Claire não parecem perder muito tempo na hora de escolher a roupa. A preferência dos dois por jaquetas de couro e peças sempre bem parecidas entre si transparece em Resident Evil: No Escuro Absoluto, com as opções fashion dos personagens servindo como um caráter de personalidade que aparece de forma consistente nos jogos.

Depois de ouvir de sua amiga que não combina com o terno que foi obrigado a usar em sua visita à Casa Branca, Leon veste sua tradicional jaqueta de couro. Em Infinite Darkness, o visual é bem semelhante ao usado por ele anos depois, na cronologia, em Resident Evil 6, com direito à camisa roxa que remete, mas também diferencia, o look dos tons de azul escuro do antigo uniforme de policial. O mesmo visual também seria visto nos outros filmes de animação, apenas com sutis detalhes para diferenciar um casaco de outro.

Continua após a publicidade

Da mesma forma, Claire aposta no vermelho desde sua aparição original na franquia, e apesar de a jaqueta ter lembrado muita gente do remake de Resident Evil 2, quem é mais aprofundado na franquia sabe que, na realidade, o guarda-roupa de Infinite Darkness é praticamente repetido em Revelations 2. Em ambos vemos a personagem como membro de uma ONG em prol das vítimas de ataques biológicos, dedicando sua vida a ajudar quem passou pelo mesmo terror que ela.

5. Ashley Graham

As produções de animação da franquia costumam ser bem focadas, com poucos personagens conhecidos e uma história fechada em si mesma, e Infinite Darkness não é exceção. Por outro lado, a série marcou a primeira vez que vimos o presidente Graham, pai de Ashley, personagem que todos amam odiar em Resident Evil 4 e motivo, inclusive, da aproximação entre Leon e o governo dos EUA.

Continua após a publicidade

A garota não aparece em pessoa, mas é mostrada em um dos momentos de reflexão do presidente. Diante de decisões difíceis sobre a relação entre o país e o Penamistão, ele se volta a duas fotos da filha, em uma bancada logo atrás dele. Chama a atenção que, em uma das imagens, estão apenas os dois e não há uma mãe, adicionando um elemento importante à família Graham que, até agora, não conhecíamos.

Infinite Darkness se passa em 2006, dois anos depois dos eventos de Resident Evil 4, que levaram Leon à Europa em uma missão para resgatar Ashley de um grupo de cultistas. O sequestro era parte de um plano para contaminar os EUA com um agente patogênico, com as ações do personagem impedindo a trama levando o presidente a afirmar, em um momento do seriado, ter uma dívida eterna com o agente pelo salvamento de sua filha.

4. Arma de lembrança

Continua após a publicidade

Outra referência a Resident Evil 4, menos clara, aparece no terceiro episódio, quando Leon invade a casa da família de Shen May e começa a se aproximar do centro da conspiração em que todos estão envolvidos. Na mão, está a Silver Ghost, a mesma arma levada pelo protagonista em sua missão na Europa.

Enquanto no game você pode vender o equipamento ao Mercador e trocá-lo por outro mais poderosos, para a cronologia Leon guardou a pistola. Antes de a vermos em Infinite Darkness, ela também apareceu como referência em Resident Evil: Degeneração, o primeiro filme de animação da série, lançado em 2008.

Tanto preciosismo se deve a uma história não contada nos games, mas que faz parte da literatura oficial da série. A Silver Ghost foi feita sob medida para Leon por Joseph Kendo, irmão de Robert e dono da loja de armas de Raccoon City. É um presente para o último homem a ver o irmão do armeiro vivo, enquanto a ideia do fantasma prateado se refere ao próprio herói, que considera que sua alma se perdeu junto com a cidade e se tornou um fantasma junto aos mortos da tragédia.

3. Mistura completa

Os momentos derradeiros de Infinite Darkness são o puro suco de Resident Evil, reunindo diferentes elementos que se tornaram símbolo da série e sempre aparecem em seus confrontos finais. Não apenas temos a revelação de um monstro mais poderoso do que qualquer coisa que os personagens enfrentaram antes, mas também a descoberta de uma grande conspiração que se dá, claro, no interior de um laboratório.

Jason, transformado, faz o papel do Tyrant, enquanto todo o projeto de supersoldados que estava em desenvolvimento, assim como a própria instalação, está se autodestruindo por meio de uma nada eficiente inundação por ácido. Em um dos momentos do combate, Leon usa a tradicional bazuca, que também sempre aparece para resolver as coisas em Resident Evil, apesar de, no seriado, ela não ter sido tão efetiva assim. O ensejo, em si, também carrega referências a outros momentos da franquia. Durante a luta, o protagonista usa uma Lightning Hawk, a Magnum que é uma das armas mais poderosas do segundo game da saga.

O cenário também lembra um dos momentos de Resident Evil 5, quando Chris Redfield e Sheva Alomar descobrem um laboratório subterrâneo da empresa farmacêutica Tricell, que trabalhava em manipulação viral para criar soldados mais poderosos. Ainda vale a pena lembrar o combate contra o monstro U3, no quarto game da série, com Leon encarando a criatura em uma estrutura suspensa que vai despencando ao longo do embate.

2. Vácuo de poder

Um dos elementos principais de Resident Evil 4 é o fim da Umbrella, que sofreu publicamente as consequências do desastre de Racoon City. Infinite Darkness prossegue nesse universo, com a empresa farmacêutica nem mesmo sendo citada, apesar de, claro, suas armas biológicas estarem mais presentes do que nunca.

O fim da companhia gerou um vazio que, rapidamente, foi preenchido por outras corporações e a Tricell, que aparece rapidamente em uma das últimas cenas do seriado, é a principal delas. A companhia, responsável pela produção do inibidor de contaminação visto no show, é uma das peças centrais de Resident Evil 5 e do plano do vilão Albert Wesker para devastar o planeta.

A multinacional que nasceu ainda na época das Grandes Navegações já era uma das grandes do ramo farmacêutico antes mesmo do fim da Umbrella. Depois, se envolveu nas pesquisas com armas biológicas — sendo responsável pelo parasita de Resident Evil 5 e o vírus do primeiro Revelations, entre outros — enquanto, aos olhos do público, contribuia para o restabelecimento da confiança como uma das financiadoras da BSAA, organização de combate que tem Chris Redfield como um dos fundadores.

1. Herói destruído

Um dos desenvolvimento mais legais de Resident Evil: No Escuro Absoluto é, também, o mais secundário de todos. No início de sua história, Leon Kennedy era um jovem policial, idealista e com um forte senso de justiça, que queria ajudar as pessoas. Ele foi cooptado para trabalhar para o governo logo após o incidente em Raccoon City e viu de perto os esforços para ocultar a responsabilidade da própria administração em suas relações com a Umbrella, bem como outras conspirações sendo jogadas para baixo do tapete.

Ao longo da franquia, vimos o personagem se tornando cada vez mais soturno e desacreditado, apesar de ainda encontrar forças para lutar pelo que é certo. Na última vez que o vimos, em Resident Evil: A Vingança, que se passa em 2014, Leon chega a se perguntar até quando todos continuariam lutando daquele jeito, enquanto, em diversos momentos, busca o conforto no fundo de um copo de bebida.

Infinite Darkness volta oito anos no tempo para mostrar um Leon ainda dividido. Ele não se sente confortável com o fato de ser considerado um grande herói após salvar a filha do presidente Graham, mas, ao mesmo tempo, ainda tem uma bússola moral fortemente voltada ao dever, mesmo que isso entre em conflito com suas convicções pessoais. É o que leva, inclusive, a um dos momentos mais rápidos e fortes da trama, quando Claire rompe relações com ele depois que o próprio Leon se recusa a ajudar na revelação da conspiração envolvendo o Penamistão.

Resident Evil: No Escuro Absoluto estreou no dia 8 de julho, exclusivamente na Netflix. O seriado original tem quatro episódios e, por enquanto, não teve segunda temporada confirmada.