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Por que Harry Potter e o Enigma do Príncipe é a pior adaptação de toda a saga?

Por| 15 de Julho de 2019 às 19h00

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Reprodução/Warner Bros
Reprodução/Warner Bros
Harry Potter

Nesta segunda-feira (15), faz exatamente dez anos que o filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe chegou às telonas, emocionando e simultaneamente revoltando uma legião de fãs da saga, uma vez que é a adaptação cinematográfica mais infiel dentre as 8 existentes no universo do bruxinho com a cicatriz em formato de raio.

Os motivos que levam a maioria esmagadora dos fãs de Harry Potter a rejeitar o longa metragem dirigido por David Yates vão desde o corte de cenas importantes do livro até o próprio estilo de narrativa adotado pelo filme, que acaba fugindo radicalmente da proposta da obra desenvolvida por JK Rowling.

O relacionamento entre as personagens

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O sexto livro da saga é conhecido por ser um verdadeiro divisor de águas quando o assunto é a relação entre algumas personagens, já que é o primeiro a trazer isso à tona de maneira mais profunda, como é o caso de Ron Weasley e Hermione Granger, que passam por um período de extrema sensibilidade em sua amizade, com sentimentos intensos e amorosos aflorando.

O filme carrega consigo uma responsabilidade de apresentar e desenvolver essas relações, mas não cumpre nem um pouco com o que consta no livro. O relacionamento de Harry Potter (Daniel Radcliffe) e Gina Weasley (Bonnie Wright) é muito rico no universo dos livros, mas não tem nenhum tipo de desenvolvimento na adaptação. As poucas e quase silenciosas cenas protagonizadas pelo casal chegam a ser constrangedoras e sem química alguma.

Ninfadora Tonks e Remo Lupin possuem uma relação que também não é desenvolvida no filme, apesar de ser um dos pontos altos do livro, com todo o simbolismo presente nas características físicas de Tonks para a sua tristeza em achar que seu amor por Lupin não é correspondido. Em toda a série de filmes, e principalmente no Enigma do Príncipe onde esses laços são mais intensos, não houve espaço para a construção do relacionamento dos dois, o que resultou em mais uma decepção por parte dos fãs.

Mas não só de relacionamentos amorosos vive o livro. A amizade entre Harry e o diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, alcança um novo patamar no sexto livro da saga. Isso vai desde os capítulos iniciais, em que Dumbledore aparece na casa dos tios do protagonista e o leva para uma aventura com a intenção de recrutar Horácio Slughorn para se juntar ao corpo docente da escola de magia. No filme, a relação entre os dois não chega nem perto de transmitir a intensidade da confiança e da amizade entre ambos.

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Um livro profundo; um filme nem tanto

Harry Potter e o Enigma do Príncipe é o livro mais denso e mais sombrio de toda a série, pois traz com profundidade o passado sombrio de algumas personagens. É compreensível que, ao fazer uma adaptação cinematográfica, é impossível representar a história com fidelidade. No entanto, talvez justamente pela riqueza de informações que o sexto livro traz, muitos aspectos importantes para a trama acabaram sendo deixados de lado, ou abordados de forma superficial.

No caso do passado de Voldemort, ainda havia muito a aproveitar, como o pedido para lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts que, uma vez negado, levou a uma espécie de maldição, impedindo que todos os futuros professores dessa matéria tivessem êxito. O público pôde acompanhar isso com o decorrer dos filmes, já que a cada ano a matéria é ensinada por um professor diferente, mas quem não leus os livros fica sem essa informação.

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Ao invés de focar em questões profundas abordadas no livro, o filme segue um caminho muito mais voltado para uma comédia romântica adolescente por causa de temas que, sim, aparecem na obra de JK Rowling, mas tiveram a importância intensificada na adaptação.

Omissão de personagens importantes para a trama

Alguns personagens não deram as caras no sexto filme, o que acabou gerando uma onda de frustrações no público que foi ao cinema com o livro em mente. O carismático elfo doméstico, Dobby, apareceu no livro com uma missão muito importante: vigiar Draco Malfoy onde quer que ele estivesse. Dobby foi pouquíssimo aproveitado, não só no Enigma do Príncipe. Ele apareceu em praticamente todos os livros, mas apenas em dois filmes: no segundo, Harry Potter e a Câmara Secreta, e no último, Harry Potter e as Relíquias da Morte. Quem viu apenas o filme, não sabe a importância que ele tem.

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Fleur Delacour e Gui Weasley também tem um arco bem desenvolvido que se inicia em Harry Potter e o Cálice de Fogo, e o relacionamento dos dois se intensifica no sexto livro, até que os dois se casam no último volume da saga. No entanto, eles não possuem nenhuma cena na adaptação, e acabam aparecendo em Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1, deixando o público que não leu os livros completamente sem entender o que fazem ali e o porquê de estarem juntos.

Substituições desnecessárias de algumas cenas

A maior frustração de todas, quando o assunto é o filme Harry Potter e o Enigma do Príncipe, é a ausência da cena mais bonita e emocionante dos livros: o funeral de Alvo Dumbledore. Na adaptação cinematográfica, ao invés do funeral, as personagens elevam suas varinhas em homenagem ao diretor. Sendo o maior bruxo de todos os tempos e tendo a morte mais chocante da saga, Dumbledore merecia mais.

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O longa conta com outras substituições desnecessárias, que ferem a fidelidade ao livro, como o caso da pré-batalha de Hogwarts, em que a Armada de Dumbledore recebe os Comensais da Morte. No filme, esses minutos de filme são trocados por uma Bellatrix Lestrange histérica colocando fogo na cabana de Hagrid, o que não traz nem um terço da emoção que poderia ter trazido.