Astrônomos descobrem novo planeta gigante em formação
Por Joyce Macedo | 03 de Janeiro de 2013 às 11h45
Graças às 66 antenas do maior projeto astronômico do mundo (ALMA) instaladas no deserto do Atacama, no Chile, pesquisadores conseguiram ver pela primeira vez o nascimento de um planeta que é alimentado por correntes de gás.
A estrela, chamada de 'HD 142527', situa-se a uma distância de 450 anos-luz da Terra e é envolta por um gigante disco de gás e poeira cósmica. O acompanhamento do processo de alimentação dessa jovem estrela deu aos astrônomos a primeira prova concreta do nascimento de planetas gigantes a partir da absorção de fluxos externos de gás.
"Os astrônomos haviam previsto a existência desses fluxos, mas esta é a primeira vez que fomos capazes de observar diretamente", diz Simon Casassus, chefe do estudo, em um comunicado do Observatório Europeu Austral (ESO).
Os telescópios da ALMA ajudaram os astrônomos a enxergar mais de perto a estrela e a perceber as correntes de gás, que fluem pelo espaço vazio, no interior de um disco de material cósmico situado ao redor do astro. Os pesquisadores do ESO notaram que o disco que envolve a 'HD 142527' se divide em duas partes: o primeiro é interno, parte da própria estrela e se estende a uma distância que equivale à órbita de Saturno ao redor do Sol. Já o segundo disco é externo e fica a uma distância cerca de 14 vezes maior.
Esse espaço que separa as duas partes do disco já era conhecido, mas a equipe descobriu também um gás difuso que permanece no local e duas correntes mais densas de gás que fluem do disco externo, passando pelo espaço vazio, até o disco interior.
"Nós acreditamos que há um planeta gigante escondido no interior do disco e que ele é a causa dessas duas correntes. Os planetas crescem absorvendo gás do disco externo, mas na realidade eles "comem como porcos": o resto do gás transborda e alimenta o disco interno em torno da estrela", explica Sebastian Pérez, um membro da equipe da Universidade do Chile que trabalha com Casassus.