O que as empresas de TI devem fazer para superar o déficit de profissionais
Por Márcio Padrão | Editado por Claudio Yuge | 18 de Agosto de 2021 às 23h00
A demanda alta por profissionais de Tecnologia da Informação (TI) é constante no Brasil. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), os cursos superiores formam cerca de 46 mil alunos por ano, mas para suprir o déficit de contratações, seria preciso 70 mil profissionais por ano, ou 420 mil até 2024. Por isso o setor tenta "dar seu jeito" para contornar a situação com alternativas que vão além de oferecer bons salários e benefícios, tanto para manter os experts que já trabalham na empresa quanto atrair outros bons talentos.
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Uma forma de fazer isso é construir ou reforçar a cultura organizacional da empresa. Como se faz isso? É importante deixar claro aos profissionais quais são a missão e os valores da companhia, dar algum senso de comunidade às equipes e discutir constantemente e internamente as melhorias e mudanças desta cultura. Isso é possível promovendo debates, workshops com consultores e pesquisas e avaliações internas.
A segunda dica é manter um ambiente que atraia pessoas e estimule a manutenção dos que já fazem parte da equipe. Para atingir o objetivo, a empresa pode investir em formação e capacitação dos profissionais, além de trazer cada vez mais tecnologia para a gestão e operação do negócio. É interessante também dar abertura para a experimentação e renovação dos processos, como dando a opção de trabalho remoto, como foi constante na pandemia.
Buscar parcerias é uma maneira de renovar as ideias, o conhecimento e a mentalidade da empresa. "Isso pode acontecer se houver apoio das iniciativas privada e pública, universidades e bootcamps de ensino, por exemplo, que podem ter papel significativo no aumento de profissionais no mercado”, sugere o CEO da desenvolvedora de software Lambda3, Victor Hugo Germano.
Outra sugestão é a empresa vestir a camisa de causas importantes, em temas como sustentabilidade, ações sociais, saúde mental e emocional. Coletar alimentos e roupas para ajudar pessoas em vulnerabilidade social, como moradores de rua ou vítimas de desastres naturais, é um passo importante. Internamente, é fundamental discutir formas de evitar o excesso de trabalho ou eliminar o assédio moral. "É preciso criar um espaço onde as pessoas tenham suporte e rede de apoio quando passarem por dificuldades”, afirma Patrícia Kost, diretora de pessoal e cultura da Lambda3.
Novos profissionais também têm priorizado trabalhar em empresas com mais diversidade nas equipes. Este fator ajuda a trazer um clima mais democrático na cultura da empresa. Apoiar campanhas contra o preconceito nas redes sociais e no marketing da empresa, além de dar atenção especial a candidatos a vagas de emprego pertencentes a minorias, são medidas bem válidas. No caso de TI, vale buscar talentos em iniciativas do tipo, como PretaLab, InfoPreta, Programaria, Codamos e outros.