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A educação brasileira e a arte de andar para trás

Por| 26 de Outubro de 2022 às 10h00

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Lana_M/Envato
Lana_M/Envato

Habilidades do futuro, mindset de inovação, colaboração, compartilhamento, programação e habilidades cognitivas. São inúmeras as capacidades e que os profissionais precisam absorver, vivenciar e aprender.

Mas todo esse discurso há tempos fica só na retórica, no "precisamos fazer", "precisamos inovar", no "precisamos transformar a Educação". E ninguém faz muita coisa nessa direção, seja pela complexidade do contexto educacional em si, seja pelo risco, seja pela trabalheira que dá, ou ainda pela incerteza sobre qual é o caminho certo, sobre como trazer um ganho efetivo de aprendizagem.

É a antiga visão de que "é melhor um passarinho na mão do que dois voando", ou no caso da educação brasileira (e porque não falar de diversos outros lugares do mundo), “é melhor ter a certeza da ***** quentinha do que correr o risco de dar certo!”.

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Estamos vivendo a era da complexidade, na qual o alto grau de evolução tecnológica, aliada à hiperconectividade — entre sistemas ou entre pessoas —, nos traz mais incertezas que certezas, nos dão baixo grau de previsibilidade. E essas situações exigem que as pessoas saibam lidar com o acaso, a imprevisibilidade, a desordem, o erro.

Mas as escolas continuam fazendo mais do mesmo: dividindo tudo em caixinhas, transformando erros em fracassos, ensinando às crianças e adolescentes a arte da previsibilidade, do controle e do raciocínio repetitivo, levando-os à falsa sensação de que o mundo é controlável e previsível.

E essa defasagem entre Realidade e a Educação não só gera problemas de formação profissional, mas também parece estar no centro das causas dessa epidemia de ansiedade, depressão e descontentamento tão inerentes aos jovens (e não tão jovens) da atualidade.

A Educação precisa iniciar uma revolução. A cada ano que passa e não fazemos nada, uma nova safra de ex-prováveis bons profissionais é colocada no mercado de trabalho.

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Mais do que ruim para as empresas, é uma enorme falta de consideração com essa geração que poderia aproveitar as oportunidades de surfar a Revolução Digital e essa enorme onda da Modernidade Líquida, mas não o fazem por nossa culpa, por não darmos condições de vivência e conhecimento para isso.