Shein acusa Temu de copiar seus produtos: "não é um marketplace real”
Por Vinícius Moschen • Editado por Léo Müller |
A varejista internacional Shein abriu um novo processo contra a rival Temu, acusando-a de violação de direitos autorais ao roubar design de produtos vendidos na plataforma. Trata-se de mais um capítulo da disputa judicial entre as duas empresas, que já tem um histórico considerado intenso.
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De acordo com a documentação, a Shein aponta que a Temu tem um “esquema coordenado”, que controla todos os aspectos das atividades dos vendedores:
“A Temu não é realmente uma plataforma de ‘marketplace’. Ela direciona quais produtos poderão ser listados, e os preços que podem ser cobrados; encoraja [os vendedores] a violar direitos de propriedade dos outros”.
Outras táticas supostamente usadas pela Temu incluem o roubo de informações sobre preços, além de perder aproximadamente US$ 30 (cerca de R$ 167 em conversão direta) em cada pedido para manter seu mercado, uma prática conhecida como dumping.
A Temu ainda teria “fingido ser a Shein no Twitter”, para enganar consumidores, e usado a marca registrada da Shein em propagandas do Google Ads.
O documento de 80 páginas foi enviado à corte distrital de Columbia, nos Estados Unidos.
Em resposta recente à revista TIME, um porta-voz da Temu afirmou que “a audácia [da Shein] é inacreditável”, em declaração referente às acusações mais recentes:
“A Shein, afundada dentro de sua própria montanha de processos sobre propriedade intelectual, tem a coragem de fabricar acusações contra outros, pela própria má conduta que são processados repetidamente”
Batalha judicial tem histórico
Anteriormente, a Shein já tinha acusado a Temu de mandar influenciadores fazerem “afirmações falsas e enganadoras” sobre a própria Shein.
Por outro lado, a Temu abriu processo alegando que a Shein intimidava fabricantes para que contratos com a Temu fossem interrompidos. Ambos os casos foram arquivados em outubro do ano passado.
Mesmo assim, em dezembro, a Temu abriu mais um processo, afirmando que a Shein “chegou ao ponto de prender falsamente comerciantes que fazem negócios com a Temu”.
Desde que se instalou nos Estados Unidos em 2017, a Shein ganhou uma reputação de copiar designs de roupas feitas por outras marcas, prática que também gera processos contra a empresa atualmente.
Fonte: Corte distrital de Columbia