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Mercado Livre expande rede logística com novas opções de entrega de encomendas

Por| 30 de Agosto de 2019 às 23h30

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(Imagem: Divulgação/Mercado Livre)
(Imagem: Divulgação/Mercado Livre)
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Pode não parecer tanto tempo assim, mas o Mercado Livre, uma das mais reconhecidas plataformas de e-commerce do mundo, completa 20 anos em 2019. Depois de tantos anos, a empresa, ao menos no setor latinoamericano, ainda se consagra como uma das principais marcas da indústria varejista online.

Natural que, diante de tal comemoração, a empresa aproveite a ocasião para anunciar diversas novidades para seus clientes. Durante a realização de mais uma edição do MELI Experience — o principal evento da companhia —, foram introduzidos alguns novos recursos que, prometem seus gestores, devem agregar maior valor à experiência de compra dos seus consumidores. A mais notável é a expansão da malha logística da empresa, que inaugura um projeto piloto em São Paulo, onde compradores podem escolher a retirada de suas encomendas em pontos de coleta implementados graças a uma parceria com a empresa Kangu. Apelidada de Places, a medida ambiciona ser mais uma opção de retirada e direciona-se aos clientes que não querem ter que se responsabilizar pela parte logística de envio de frete de suas aquisições.

O Canaltech compareceu ao evento e teve a oportunidade de conversar com Leandro Bassoi, vice-presidente da divisão Mercado Envios para a América Latina, para detalharmos um pouco mais sobre a novidade. O executivo ressalta os recentes esforços da Mercado Livre na expansão generalizada da empresa: em 2019, foram R$ 3 bilhões em aprimoramentos por todas as áreas — grande parte disso, em logística.

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“Se você parar para pensar, de todos os investimentos que fazemos, o primeiro e maior deles gira em nossos subsídios de frete”, conta o vice-presidente. “Além disso, investimos muito em tecnologia, com muita gente dentro da nossa cadeia desenvolvendo funções para, por exemplo, operar nossos centros de distribuição e cross docking, construir aplicativos para entregadores, além de investirmos também em estrutura física: nos últimos três a cinco anos, nós construímos cinco centros de distribuição no Brasil, outros dois na Argentina e mais dois no México, operados por cross docking ou fulfillment”.

Em São Paulo, o Mercado Livre já conta com um centro de distribuição na cidade de Louveira, no interior; além de três centros de cross docking no estado. Ao todo, a malha logística é de 200 mil metros quadrados (m²). Bassoi conta que a empresa quer mais: “o Places é parte desse investimento. Hoje, na verdade, a maior dele: estamos alavancando pontos que já existem para empresas que querem ter mais vendas e ampliar seu cross selling, dando a elas a tecnologia necessária para rastrear esses pacotes com alertas de entrega e retirada de pacotes, a hora em que essas partes ocorreram”, ele conta. “Assim que uma encomenda é entregue, o vendedor recebe avisos indicando o status do processo de vendas. A ideia é entregar uma experiência diferenciada, que integre todo o processo: oferta, plataforma e compra”.

A grosso modo, o Places pode ser definido como um serviço que viabiliza a habilitação de pontos de coleta de encomendas por parte do Mercado Livre, para que pacotes dos vendedores da plataforma possam ser recebidos e retirados por seus compradores. Atualmente, são 10 pontos espalhados pela capital paulista, sendo um do próprio mercado livre (na Vila Guilherme, zona norte) e outros nove da Kangu, empresa de logística que é parceira do Mercado Livre para o projeto.

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Atualmente em fase de testes, o projeto piloto está apenas em São Paulo, mas Bassoi explica que a intenção é expandí-lo, porém, da maneira correta: “como acabamos de lançar o projeto, ainda não sabemos quando poderemos levá-lo ao âmbito nacional, mas desenhamos a nossa malha logística, entendendo que essa oferta é importante para nossos clientes. A questão é que cada praça — local, se você preferir — tem um comportamento próprio: veja por exemplo a Argentina e o México, onde essa cultura de retirar pacotes nas agências locais de correios e pontos de coleta são mais evidentes. Já aqui no Brasil, predominantemente prefere-se o frete e a entrega na porta de casa”, explica Leandro, que ressalta que, antes de lançar qualquer solução, o Mercado Livre procura adequá-la ao perfil de consumo daquele público específico.

Ofertas nas alturas…literalmente!

O Mercado Livre também aproveitou o evento para anunciar uma parceria com a Azul Cargo Express, a divisão de transporte de cargas da Azul Linhas Aéreas. O objetivo é personalizar a entrega de encomendas ao consumidor do Mercado Livre, acelerando o tempo que ele leva para receber seus pedidos ao adicionar o transporte aéreo de suas compras, por meio do compartilhamento das malhas logísticas do marketplace e da empresa de transporte.

“Nós queremos sempre oferecer uma entrega cada vez mais rápida: com essa parceria, podemos avaliar melhor as opções que mais se adequam à localização de um cliente e, se fizer sentido para ele, poderemos providenciar o envio aéreo”, conta Leandro, que relata que a divisão de transporte de cargas da Azul faz mais de 900 vôos diários, o que, para o Mercado Livre, deve se traduzir em “números altíssimos de entregas em tempo cada vez menor”.

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O interessante, segundo aponta Leandro Bassoi, é que, eventualmente, os dois anúncios poderão cruzar seus serviços. Embora o Places, hoje, tenha uma atuação exclusivamente no estado de São Paulo, em uma plausível expansão nacional, pode ser que ele faça uso da parceria com a Azul: “Os produtos são independentes, mas poderá haver um eventual cruzamento de processos se, por exemplo, um consumidor pedir por uma entrega em um ponto de coleta que faça parte de uma rota da Azul e o envio aéreo se mostre mais rápido e eficaz do que o viário de rodovias. Claro, um não exclui o outro, mas se há como agrupar as duas ofertas e oferecer uma experiência melhor para o cliente, por que não fazê-lo?”

Durante a apresentação da parceria, o presidente da Azul, John Rodgerson, salientou o investimento feito pela própria linha aérea nesta oferta, que fica na casa de US$ 1,5 bilhão (R$ 6,22 bilhões, na cotação de hoje): “Temos que acompanhar o crescimento do Mercado Livre. Vamos investir pesado na empresa para realizar as entregas. Essa parceria é só o começo”, ele disse.

E os Correios?

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Outras informações compartilhadas pela empresa fazem menção à inauguração de um novo centro de distribuição (fulfillment), localizado na cidade de Cajamar, em São Paulo. Bassoi conta que isso vem ampliando a velocidade nas entregas feitas pelo Mercado Livre, com dados interessantes a serem compartilhados: “atualmente, cerca de 30% de todas as nossas entregas são realizadas por meio dessa malha logística. Há um ano, esse percentual era de apenas 5%. Além disso, 60% das entregas feitas por fulfillment são feitas em até dois dias”.

Questionado pelo Canaltech, Bassoi também aproveitou para esclarecer notícias recentes, que davam conta de que o Mercado Livre começou a permitir a retirada de encomendas diretamente por agências dos Correios. Quando noticiamos o fato há alguns dias, a assessoria de imprensa da companhia não pôde tecer comentários, embora a situação já fosse dada como certa por apresentar a opção em sistema para alguns vendedores na plataforma. Entretanto, a confirmação se fez necessária: afinal, essa possibilidade existe?

“Sim, ela existe”, conta Bassoi, sorrindo. “Estamos começando a implementar isso e comunicando alguns vendedores aos poucos. É uma ação que vínhamos postergando há algum tempo, devido à priorização do lançamento de ações mais próprias de nossa marca. Na verdade, é uma retirada normal pelos Correios, já que são eles quem coordenam essa entrega, mas a ideia é criar mais uma opção de experiência viável para o cliente comprador”.

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A grosso modo, os investimentos do Mercado Livre prometem tornar o processo de vendas pela plataforma ainda mais sinérgico, ampliando o leque de opções para seus clientes: “A nossa ideia é entregar uma experiência diferenciada, que integre todo o processo: oferta, plataforma e compra”, finaliza Bassoi.