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Laboratória oferece formação intensiva em programação para mulheres

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

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Laboratória oferece formação intensiva em programação para mulheres
Laboratória oferece formação intensiva em programação para mulheres

Enquanto mais de 20 mil vagas devem ser abertas no setor de tecnologia brasileiro nos próximos meses, apenas 20% dos profissionais da área são mulheres, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para mudar esse cenário, a Laboratória abre processo seletivo para seu programa intensivo de treinamento (bootcamp) na área de programação.

Fundada no Peru em 2014, a Laboratória ajuda as participantes do projeto a aprimorarem habilidades técnicas e socioemocionais para ingressar no mercado de tecnologia. O relatório “Analyzing the Social and Economic Returns of Laboratoria’s Bootcamp” aponta que, após o primeiro ano de treinamento, a média salarial das graduadas é de US$ 970,61 (pouco mais de R$ 5 mil). Muitas das participantes não tinham renda fixa quando entraram no programa: das 250 formadas no Brasil, cerca de 60% não trabalhavam antes do bootcamp.

Aproximadamente 2 mil alunas já se formaram nos países em que a Laboratória atua (Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru). No Brasil, mais de 90% entraram no mercado logo após a capacitação. Ao fim do bootcamp, a entidade organiza um hackathon em que as alunas são divididas em equipes (squads) para resolver desafios propostos por diferentes empresas em aproximadamente 30 horas. Hoje, a instituição é vista como fonte de talentos para 800 organizações no país.

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Mais diversidade

Segundo Juliana Facciolla, diretora institucional da Laboratória, as empresas já percebem a importância de ter equipes diversas. “Por isso, cada vez mais buscam mulheres para as áreas de tecnologia”, diz. “Um estudo da McKinsey indica que as equipes diversas têm resultados 22% melhores do que as uniformes.”

A Laboratória quer ajudar a garantir essa diversidade. Hoje, apenas 52% das mulheres adultas da América Latina são parte do mercado de trabalho enquanto entre os homens esse número é 24% maior. “Esses dados são de um estudo recente feito pela Laboratória e pelo BID Lab. Entre as causas dessa lacuna social e econômica estão os impactos dos papéis de gênero, estereótipos e a desigualdade na carga de responsabilidades domésticas”, diz Juliana.

Ela destaca que, no setor de tecnologia, essa inclusão é ainda mais difícil. “Há limitação dos sistemas educativos tradicionais, adoção de vieses inconscientes, discriminação em ambientes de trabalho e ausência de referências femininas para serem seguidas”, pontua. “Todas essas barreiras limitam as oportunidades das mulheres para desenvolver-se no segmento.”

Uma das recomendações para ajudar na superação desses desafios é a criação de iniciativas que fomentem a participação das mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. “O desenvolvimento de software é uma profissão do futuro que, segundo previsões, vai precisar de mais de um milhão de novos profissionais em três anos somente na América Latina.”

Próxima edição

O curso prepara as alunas para se tornarem desenvolvedoras front-end. Juliana diz que outras opções de formação são consideradas para o futuro. “Nossa missão é possibilitar que mulheres que sonham com um futuro melhor comecem uma carreira transformadora e promissora na área de tecnologia.”

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As 60 selecionadas precisam ter disponibilidade de se conectar ao curso à tarde de segunda a sexta-feiras durante os seis meses de duração do programa. As alunas não pagam nada durante o bootcamp. Depois de empregadas, fazem um pagamento que representa apenas parte do custo total do curso — a Laboratória não informa qual o valor desse pagamento. “Esses recursos vão para a formação de outras mulheres”, afirma Juliana.

A próxima edição tem início em janeiro de 2022 e será remota. As interessadas não precisam ter conhecimento técnico na área. “Muitas mulheres nunca tinham visto uma linha de código na vida antes do curso e hoje são programadoras em mais de 50 empresas do Brasil. Não queremos que a falta de oportunidade seja uma barreira para as mulheres ingressarem no mundo da tecnologia”, ressalta. “As graduadas compõem uma comunidade e são modelos para futuras estudantes.”

Para participar, as candidatas devem se apresentar e se identificar como mulher, viver em território nacional, ter 18 anos ao fim do programa e ter feito o Ensino Médio em escola pública ou em escola privada com bolsa integral. Além disso, é importante que não estejam cursando curso universitário durante o bootcamp, já que a formação requer dedicação integral. As inscrições e a etapa online do processo seletivo vão até 12 de outubro. Para se inscrever, visite o site.