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Já pensou? Lei de 1967 dá poderes à Disney para construção de usina nuclear

Por| 16 de Agosto de 2019 às 21h10

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Disney
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Desde que Walt Disney lançou o primeiro parque de diversões do mundo, o Walt Disney World, o público logo o adotou como "o lugar mais feliz da Terra", um espaço que, em princípio, não teria nada a ver com energia nuclear. Ironicamente, em 1967, o estado da Flórida aprovou uma lei que permitia à Disney construir uma usina nuclear, e essa lei ainda é válida. Em outras palavras, em algum momento no futuro, e se a Disney quisesse, poderia construir sua própria usina nuclear. E embora a história possa soar alarmante, é na verdade um reflexo do poder político que a gigante do entretenimento teve no passado.

Entenda a história

Naquela época, a Disney queria proteção contra regulamentações governamentais e também tinha uma influência política incomum, principalmente porque o estado e a comunidade local queriam o parque a todo custo. O nome EPCOT, por exemplo, siginifica Experimental Prototype Community of Tomorrow Sob ou o Protótipo da Comunidade Experimental de Amanhã, o sonho de Walt Disney nos anos 1960. Uma cidade utópica com pinceladas orwellianas muito próxima de se tornar realidade.

Obviamente esse plano não foi concluído e, finalmente, o EPCOT acabou sendo apenas parte do parque temático da Disney, na Flórida. Mas sua história e o que foi planejado dão contexto à lei que ainda está em vigor.

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A Disney queria transformar uma cidade real em uma cidade futurística. Esta é precisamente a premissa em que se baseou o projeto inicial: construir um local destinado a estimular as empresas americanas a alcançar novos marcos para a vida urbana, sendo a inovação tecnológica uma das chaves para isso.

Por essa razão, Walt Disney achava que a Flórida era o destino perfeito e a melhor localização para o novo projeto e, por meio de várias empresas fictícias, ele acabou comprando mais de 100 km² de pântanos no estado, um enclave localizado entre Orlando e Kissimmee.

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Além disso, ele conseguiu que o Estado da Flórida concedesse à Walt Disney Productions a jurisdição municipal sobre as terras que ele havia comprado, garantindo controle total sobre qualquer aspecto do desenvolvimento de tais propriedades, incluindo a construção de prédios, estradas e drenos, cobrança de impostos, emissão de títulos eserviços de emergência — poderes que geralmente são pertencentes a um governo de condado. Essa jurisdição ficou conhecida como o "Distrito de Melhoramento de Reedy Creek".

Governo autônomo

Em essência, Walt Disney conseguiu ter todos os poderes, algo como um governo autônomo dentro de outro. Desta forma, o ângulo nuclear deve ser fundamental para o plano futurista do Epcot: a Disney queria que a cidade fosse auto-suficiente, e a energia nuclear era a melhor maneira de fazê-lo, mesmo com a palavra "nuclear" remetendo a outras coisas.

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O tempo passou, e com isso a força midiática de tudo relacionado ao "nuclear" acabou por "matar este projeto ou possibilidade. No entanto, essa lei nunca foi alterada e, de fato, ainda está em vigor. De qualquer forma, não parece que a Disney tenha planos de construir uma estação de energia nuclear.

Hoje, a empresa está engajada em energia verde, tendo feito mudanças significativas em todos os seus parques, mudando sua iluminação para LED, e usando energia solar e gás natural para alimentar as atrações.

Fonte: Gizmodo , com informações de artigo de Hannah Howell, da Universidade de Stanford