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O que aconteceria com o corpo humano se entrasse em contato direto com o espaço?

Por| 29 de Julho de 2014 às 09h00

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Wired
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Em toda história de ficção no espaço existe um grande temor: o da perfuração do casco da nave espacial. Quando não existe ar e a pressão é zero, é preciso que o corpo humano esteja envolto em alguma forma de proteção, seja um módulo estelar ou uma roupa especial de astronauta com todos os equipamentos necessários para manter os níveis de oxigênio no sangue em um padrão ótimo.

Mas, afinal, o que aconteceria, exatamente, se o corpo humano fosse diretamente submetido ao vácuo do espaço? Será que desintegraria? Ou os olhos explodiriam para fora das órbitas? Ou congelaria instantaneamente? De acordo com o Cnet, que revirou artigos e experimentos feitos com animais em câmaras a vácuo, várias reações aconteceriam com o corpo até levá-lo a óbito.

A primeira coisa a ser notada é a completa falta de ar. A consciência não iria se esvair logo no primeiro contato do corpo com o espaço sideral; levaria cerca de 15 segundos até que o corpo começasse a utilizar as reservas de oxigênio das células da corrente sanguínea – coisa que poderia durar mais um tempinho, levando a uma sobrevida de até 2 minutos sem danos permanentes.

Se o ser humano em contato direto com o espaço resolver prender a respiração, a perda de pressão externa faria com que o gás presente nos pulmões se expandisse, rompendo os órgãos e liberando todo o ar no sistema circulatório. Por isso, a primeira diretriz dos astronautas é expirar todo o ar quando em contato com o vácuo.

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Depois dos 10 primeiros segundos, a epiderme e o tecido conjuntivo começariam a inchar, uma vez que a água presente no corpo começaria a evaporar pela ausência de pressão atmosférica. Não que uma pessoa inchasse até explodir no espaço, visto que a pele humana é forte o suficiente para conter eventuais rupturas causadas por oscilações bruscas de pressão. Tanto que se uma pessoa for exposta ao vácuo, passar por esse desequilíbrio atmosférico e novamente voltar às condições naturais de pressão, seus tecidos voltariam rapidamente ao normal.

O contato direto com o espaço também não afetaria o sangue, já que o sistema circulatório pode manter a pressão sanguínea regulada – a menos que se entre em choque. A língua começaria a ficar seca, como dito por Jim LeBlanc, que foi exposto em 1965 a uma câmara de testes que simulava uma situação de quase vácuo. A roupa de LeBlanc apresentou uma espécie de vazamento e ele permaneceu consciente por aproximadamente 14 segundos. Sua última lembrança foi sentir que sua língua estava 'borbulhando'. No experimento, os pesquisadores repressurizaram a câmara imediatamente para que LeBlanc pudesse ser ressuscitado com sucesso.

Por ser exposto diretamente à radiação cósmica, é possível que a pessoa sinta na pele algum tipo de queimadura, o que caracterizaria um quadro de doença da descompressão. Não existe a possibilidade de congelamento instantâneo, apesar das temperaturas extremamente baixas no infinito. A explicação é que o calor não deixa o corpo imediatamente nem de forma rápida o suficiente para que se congele antes de um sufocamento.

Suponhamos, portanto, que uma pessoa seja exposta ao espaço e morra por lá, sem proteção. O corpo também não iria se decompor da maneira como pensamos, já que não existe oxigênio. Se estivesse próximo a uma fonte de calor, por exemplo, o corpo poderia se mumificar. Senão, iria congelar. No entanto, se o corpo estivesse dentro de uma roupa de astronauta, iria iniciar o processo de decomposição até acabarem as reservas de oxigênio.

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Seja qual for a condição, o corpo no espaço duraria muito mais tempo sem o ar, que é um fator extremamente facilitador do desgaste e da degradação. O cadáver poderia flutuar pela vasta imensidão do espaço por milhões e milhões de anos.