Hal Finney, primeiro usuário de bitcoin, tem corpo congelado para o futuro
Por William Nascimento | 02 de Setembro de 2014 às 10h37
Hal Finney, apontado como o primeiro usuário da moeda virtual bitcoin, morreu na última quinta-feira (28), com 58 anos. Ele foi vítima de esclerose lateral amiotrófica (ELA) – doença que motivou o Ice Bucket Challenge ou desafio do balde de gelo.
Após a constatação da morte, o corpo do americano foi levado à clínica Alcor Life Extension Foundation, no Arizona. Ao chegar lá, seu sangue e outros fluídos foram substituídos por M-22, líquido composto com diversos produtos químicos que impede a destruição das membranas celulares. Nos próximos dias, o corpo de Finney deverá ser refrigerado e mantido a uma temperatura aproximada de -196ºC. Além disso, ele poderá ser armazenado em uma capsula de alumínio dentro de um tanque de 10 metros de altura com 450 litros de nitrogênio líquido.
Max More, amigo de Finney e diretor da Alcor, disse à revista Wired que Finney "vai permanecer até que tenham tecnologias para reparar os problemas que ele teve com ELA e o com o processo de envelhecimento".
O que More tentará fazer, juntamente com sua equipe, é algo desafiador. Nenhum humano até hoje conseguiu ser ressuscitado a partir de um estado de congelamento criogênico. Para muitos cientistas essa ideia é impossível de ser concretizada com sucesso. Já para a esposa de Finney, Fran, dúvidas nunca impediram que seu marido explorasse uma tecnologia que o intrigasse.
"Ele tinha bastante confiança em como descobria as coisas por si mesmo. Sempre acreditou que poderia encontrar a verdade e ele não precisava convencer ninguém", disse Fran, que adotou o procedimento junto do marido há 20 anos.
Hal Finney foi programador e criptógrafo e ficou conhecido por investir todas suas bitcoins no processo de congelamento de corpos para serem ressuscitados no futuro, conhecido como criopreservação.