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Veja quais empresas do mercado cripto faliram ou bloquearam saques até agora

Por| Editado por Claudio Yuge | 07 de Julho de 2022 às 23h00

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envato/twenty20photos
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O colapso de plataformas cripto está especialmente conectado com o sentimento pessimista gerado pelo medo e a incerteza do cenário econômico mundial. Bolsas de valores no mundo todo estão em queda, ações de diversas organizações registram fortes baixas; mas apenas no mercado cripto estamos vendo empresas impedindo os clientes de reaver seus investimentos travando os pedidos de saques e instituições entrando com pedidos de falências.

O motivo para as desvalorizações tanto do mercado de ações quanto o de cripto, é o aumento da taxa de juros por parte do Banco Central dos EUA, o FED. É comum no sistema financeiro o entendimento que uma taxa de juros mais alta afeta praticamente todos os ativos de risco, como cripto e ações.

Se por um lado o aumento da taxa de juros causa desvalorização, afeta o mercado e provoca crises como a que estamos vendo acontecer atualmente.

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Por outro lado, vemos grandes empresas do setor de criptoativos, cujos gestores não se preparam para momentos como esse e mostram quão frágeis eram o gerenciamento de risco das organizações que como resultado acabaram tendo de recorrer ao bloqueio do dinheiro dos clientes e até pedidos de falência, como solução.

Abaixo veremos as sete principais empresas do setor que sucumbiram diante do péssimo cenário econômico em que está as criptomoedas.

CoinFlex

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A plataforma de negociação de criptomoedas CoinFlex, anunciou cerca de duas semanas atrás o bloqueio das solicitações de saques de todos os clientes. Na época a organização alegou que as “condições extremas do mercado” forçaram a empresa a tomar tal atitude.

Segundo revelou a empresa, o conhecido investidor de criptomoedas Roger Ver deve cerca de US$ 47milhões (R$ 249 milhões) a organização.

O CEO da empresa publicou no Twitter que Roger Ver fez um pedido de empréstimo no valor milionário e que assinou um contrato no ato da solicitação. Ele nega a dívida.

Como tentativa de contornar a situação, a empresa lançou um token chamado Recovery Value USD, ou rvUSD. A intenção é capitar novos investimentos e arrecadar os US$ 47 milhões e assim liberar os saques para os usuários. Ainda não há novas atualizações sobre a situação da plataforma e nem quando o capital dos clientes será devolvido.

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Babel Finance

A plataforma de empréstimo de criptomoedas Babel Finance, anunciou dia 17 de junho no site oficial da empresa a suspensão dos saques dos clientes. No comunicado eles informam que a organização está enfrentando “pressões de liquidez incomuns”. Eles também apontaram as grandes flutuações no preço dos ativos e “eventos de risco condutivos” entre os participantes institucionais como as razões para a restrição imposta pela empresa.

Segundo uma fonte anônima revelou para o site coindesk, a Babel está buscando uma reestruturação. Para isso aparentemente contrataram o escritório Houlihan Lokey ou estão em processo de contratação e também estão assinando uma "carta de compromisso” detalhando todo o processo de reformulação da empresa.

De acordo com a fonte, a Babel Finance apresentará nas próximas semanas os resultados dos acordos com os credores e então irá declarar insolvência ou inadimplência.

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Three Arrows Capital

A Three Arrows Capital foi mais além do que apenas travar o capital dos investidores, ela provavelmente foi a responsável pelo colapso de outras organizações do setor. A empresa fundada em Cingapura no ano de 2012 por Su Zhu e Kyle Davies, foi uma das pioneiras do mercado.

Zhu no ano passado estava extremamente otimista com o mercado, após o preço do Bitcoin atingir os US$ 69.000 (R$ 368.000) ele declarou que o alvo de preço da criptomoeda era até US$ 2,5 milhões (R$ 13 milhões). Mas de lá para cá o valor do Bitcoin e das criptomoedas só despencou.

Sua visão otimista levou a 3AC a realizar aplicações arriscadas nas criptomoedas. Foi em maio após o colapso da Luna, um dos seus investimentos, que a organização deu os primeiros sinais de instabilidade.

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Na tentativa de resolver a crise de liquidez, a 3AC tomou empréstimos de valores milionários. Uma das empresas que pediu dinheiro foi a corretora de criptomoedas Voyager.

A Voyager recentemente cobrou a 3AC, o valor de 5,25 mil Bitcoins, que vale cerca de US$ 305 milhões e mais US$ 350 milhões (R$ 1.8 bilhões). Sem conseguir pagar as dívidas, a Three Arrows Capital entrou com pedido de falência.

Voyager Digital

Voyager Digital, é um banco americano especializado em produtos de criptomoedas. A empresa deu sinais de que algo estava errado na sexta-feira dia (1), quando suspendeu as negociações, depósitos e saques.

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Segundo comunicado da empresa, sua subsidiária, a Voyager Digital LLC, emitiu um aviso de inadimplência para a 3AC por não realizar os pagamentos de um empréstimo de 15.250 BTC e US$ 350 milhões em dólar digital “USDC”.

No Twitter, o CEO da Voyager Digital, Stephen Ehrlich, declarou que a volatilidade do mercado e o calote da 3AC fez a empresa tomar essa “ação decisiva”. A organização registrou o processo de falência na terça-feira (5) sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA.

CoinLoan

Os problemas na CoinLoan começaram segunda-feira (4). A empresa estabeleceu temporariamente um limite máximo de saques de US$ 5.000 (R$ 15.300) a cada 24 horas para os clientes. A plataforma declarou não ter investido na falida criptomoeda Luna e nem ter participação na também falida empresa 3AC.

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No entanto, disse a empresa, a turbulência causada pela falência de outras organizações, impactaram todo o mercado e forçou a CoinLoan a paralisar os pedidos de saque.

Uma atualização publicada na conta oficial do Twitter da empresa revela que as medidas implementadas funcionaram conforme o esperado, as excessivas solicitações de saques diminuíram e o capital dos investidores estão seguros. A CoinLoan destaca ter voltado as operações normalmente.

Celsius Network

A Celsius atua como um banco, permitindo que os investidores depositem tokens em troca de rendimento. No dia 13 de junho, a empresa anunciou nas redes sociais que estaria “pausando todos os saques e transferências entre contas, para poder estar em melhor posição de honrar, ao longo do tempo, suas obrigações de saque”.

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De acordo os responsáveis pela plataforma, essas ações foram tomadas com o intuito de beneficiar toda a comunidade, estabilizando a liquidez e as operações enquanto outras ações estão em curso, com o objetivo de preservar e proteger os ativos.

A decisão da empresa não foi bem vista pelo mercado, e apenas aumentou as preocupações de uma possível falência da Celsius. Já se passaram três semanas, desde o bloqueio do capital dos clientes e ainda não há prazo para os investidores terem de volta seus investimentos.

Na última quinta-feira, dia 30 de junho, a corretora de criptomoedas FTX anunciou a desistência de comprar a Celsius, segundo o site The Block, o motivo foi a grave situação financeira em que se encontra a plataforma.

Vauld

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Na segunda-feira (4), a plataforma de negociação e empréstimo de criptomoedas Vauld bloqueou as solicitações de saques e depósitos dos clientes. A empresa declarou que as condições voláteis do mercado e as dificuldades financeiras dos principais parceiros de negócios levou a organização a tomar a difícil decisão.

Segundo Darshan Bathija, CEO da Vauld, a organização está em busca de oportunidades para “reestruturar” a empresa e, nesse sentido contratou o escritório Kroll como consultor financeiro a Cyril Amarchand Mangaldas e Rajah & Tann Singapore LLP como parceiros jurídicos.

Ele também declarou em uma postagem no Twitter que está em negociações com potenciais investidores na tentativa de buscar uma solução para a situação. Segundo ele, a empresa solicitará uma moratória (atraso ou suspensão, geralmente, de pagamentos) nos tribunais de Cingapura.

A intenção é suspender as demandas contra a empresa; e assim ter mais tempo para realizar o processo de reestruturação.