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Prisão de casal ladrão de criptomoedas pode mudar como setor enxerga os crimes

Por  • Editado por Claudio Yuge | 

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Divulgação/Sergei Tokmakov/Pixabay
Divulgação/Sergei Tokmakov/Pixabay

O roubo de Bitcoin (BTC) da Bitfinex em 2016 é até hoje considerado um dos maiores crimes com ativos digitais na história desse mercado, e só em 2022 começou a progresso na captura de suspeitos, quando na última quarta-feira (9) um casal aparentemente envolvido com o incidente foi detido.

Acusados de formar quadrilha para lavar bilhões de dólares em bitcoins, Ilya Lichtenstein, 34, e Heather Morgan, 31, foram indiciados por desvio de partes das criptomoedas roubadas em 2016, além de tentativas de ocultar os ativos a partir de uma gigantesca rede de carteiras digitais. Se condenados, eles podem pegar até 25 anos de prisão.

A situação da prisão do casal e também da apreensão de criptomoedas realizada pelo Departamento de Justiça dos EUA serve como um alerta que os crimes de ativos digitais estão sendo encarados de forma mais séria no mundo. Anteriormente, pela sua utilização em massa na deep web e associação com os crimes presentes nessa camada da rede mundial, os ativos digitais eram vistos como algo marginal, intensificado pela aparente falta de interesse de autoridades em regular as atividades ali efetuadas.

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E, quando não considerados criminosos em potencial por conta dessa associação, os entusiastas, graças a forma que utilizam redes sociais, acabam sendo visto como pessoas infantis, e as criptomoedas como uma nova febre, mas que, assim como outras, sumiria.

Mas durante a pandemia da covid-19, o cenário foi se modificando. Com cada vez mais pessoas descobrindo o mercado de cripto e enxergando nele uma alternativa aos investimentos tradicionais que sofriam por conta da crise sanitária, tanto o setor quanto os crimes deveriam ser observados mais de perto — e o caso do roubo da Bitfinex, mesmo sendo um artefato de anos anteriores, pode ser o primeiro grande passo para que isso se torne uma realidade.

Mercado de criptomoedas precisa ser encarado de forma madura

Para Sandra Ro, gerente da Global Blockchain Business Council, em comentários para matéria publicada pela Folha, a visão que investidores e mesmo criminosos do mercado de criptomoedas são infantis deve ser desconsiderada.

Lichtenstein e Morgan pareciam esteriótipos do mercado de criptomoedas, em que parece que quem ganha mais engajamento na internet, seja por “memes” ou por outros tipos de conteúdo, são os que conseguem enriquecer e que também podem, a partir de uma simples postagem, mudar o valor de um ativo — algo experienciado pela Dogecoin, por exemplo, após manifestações de Elon Musk.

Após as noticias da prisão do casal, a comunidade cripto percebeu que até mesmo os invasores também engajam nas piadas e conteúdos irônicos na internet, com eles não sendo algum tipo de especialista sério e frio, como atualmente cultura pop e outros meios representam os criminosos virtuais.

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Com tudo isso, o casal pode, no futuro, ser visto como um catalisador de mudanças em todo o setor cripto. Ao passo que o incidente talvez seja um dos primeiros crimes punidos mais severamente no mercado, é possível que suas consequências o tornem o momento em que a comunidade, como um todo, enxergue a realidade de investimentos financeiros em um ambiente bem diferente dos padrões conhecidos.

Fonte: Folha, IMF, Economic Times