Investidores estão comprando certificado e não criptomoedas, diz Campos Neto
Por Diego Marques | Editado por Claudio Yuge | 06 de Junho de 2022 às 20h40
O presidente do Banco Central (BC), Campos Neto, falou hoje (6) durante um evento promovido pela Valor Capital Group, sobre a regulamentação de criptoativos. Ele ressaltou que a regulamentação é um desafio para autoridades no mundo todo e que BC vai regular o setor para garantir que corretoras vendam os ativos e, não um certificado.
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Campos Neto explicou que as criptomoedas se estabeleceram no país muito mais como um investimento do que como meio de pagamentos, e destacou que atualmente existe uma concentração de custódia desses ativos: 83% dos criptoaivos estão na mão de apenas quatro instituições. "É perigoso", frisou.
Para o presidente do Banco Central a questão da regulamentação é um desafio para autoridades no mundo todo que querem garantir a segurança para o mercado sem impedir o crescimento do setor. "O maior desafio é regular o futuro. Quando você cria uma regulação, não é para hoje".
Autoridades de olho em regulamentação de criptomoedas
O recente "colapso" da moeda digital TerraUSD, uma stablecoin (moeda estável), cujo valor é lastreado no dólar, despertou a pressão das autoridades pela regulamentação das criptomoedas em todo o mundo. A TerraUSD chegou a desvalorizar 99% e perdeu sua paridade com o dólar.
O acontecimento acarretou em grandes prejuízos financeiros para investidores que acreditavam que a moeda digital sempre valeria o mesmo valor da moeda dos Estados Unidos.
Conforme o Global Future Council on Cryptocurrencies do Fórum Econômico Mundial, não há uma ação coordenada de regulamentação internacional para as criptomoedas; mas órgãos internacionais estão avaliando os riscos e desenvolvendo leis apropriadas para o setor.
Globalmente, bancos centrais e reguladores já estão de olho nessa crescente tendência, explicou o Fundo Monetário Internacional. Diversos países já começaram a trabalhar e implementar diferentes "normas" para o mercado de criptomoedas. Proteger o consumidor, prevenir a prática de crimes, proteger a integridade do mercado e promover a inovação são os objetivos principais.
Fonte: Valor