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Hackers estão levando vantagem em ICOs de criptomoedas, alertam pesquisadores

Por| 23 de Janeiro de 2018 às 11h55

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A Ernst & Young, uma das maiores empresas multinacionais de contabilidade do mundo, divulgou um novo relatório detalhando problemas de segurança em relação às criptomoedas. De acordo com a pesquisa, dados de 372 ofertas iniciais de moeda (ICOs em Inglês) foram coletadas entre 2015 e 2017, o que culminou na descoberta de que 10% das moedas ofertadas inicialmente ao público são roubadas por hackers — uma porcentagem equivalente a até US$ 1,5 milhão por mês.

A aquisição dos ativos não é o único problema, porém. Além do lucro obtido em cima do valor base, os cibercriminosos estão ganhando acesso às informações particulares dos usuários, tais como endereços, números de telefone, dados de contas bancárias e até mesmo o número dos cartões de crédito.

Segundo a Ernst & Young, o phishing é o método mais comum utilizado pelos hackers. Para os pesquisadores da companhia, os cibercriminosos são atraídos pela pressa dos usuários e pela irreversibilidade das transações por conta do blockchain, além da ausência de uma autoridade centralizada e das informações confusas circulando pelos meios de comunicação. Todos esses itens combinados, inclusive, têm feito os ataques aumentarem.

O documento também aponta para algumas raízes desses problemas, que residem basicamente na falta de segurança e ausência de regulamentação — muito embora as moedas digitais tenham funcionado por muito tempo desta forma. Outro tópico abordado é a questão das normas precárias para avaliações de ICO, que também prejudicam a indústria das criptomoedas. Os pesquisadores ainda ressaltam que, ao invés de previsões de desenvolvimento de projetos ou a natureza dos tokens, os tokens de ICO são aspectos muitas vezes avaliados com base em sensacionalismo e FOMO (fear of missing out, ou o medo de perder).

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De qualquer forma, as criptomoedas podem estar em vias de serem melhor coordenadas graças à sua popularidade. O percentual de projetos alcançando seu objetivo de angariação de fundos tem diminuído com o tempo, e o valor do bitcoin tem caído e levado outras moedas digitais consigo. Além disso, muitos países, como os EUA, Japão, Canadá e Austrália, já estão instituindo ou considerando a regulamentação de ICOs com leis firmes e aplicáveis. A China e a Coreia do Sul, por outro lado, declararam proibição de circulação, enquanto no Brasil um projeto de lei pretende criminalizar transações de criptomoedas no país.

Por fim, o relatório de Ernst & Young sugere que futuros investidores, fundadores e reguladores sejam transparentes e diligentes, e que colaborem com a instituição a ser aplicada sobre as moedas digitais. Com todas as partes aceitando as normas, a prevenção, a legitimidade e a proteção podem ser alcançadas.

Fonte: Engadget, Ernst & Young