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Criptomoedas | Da suspeita à cobiça

Por| 15 de Março de 2018 às 10h10

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Criptomoedas | Da suspeita à cobiça
Criptomoedas | Da suspeita à cobiça

*Por Piero Contezini

As criptomoedas são pop. Desde o segundo semestre de 2017, elas começaram a aparecer cada vez mais, e hoje é difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar nelas. Muita gente acha que é possível adquiri-las no mercado, trocando-as por reais como se faz com dólares, euros e outras. É agora que eu trago duas verdades pra você: a primeira é que isso não existe, já que as transações se dão, por enquanto, só no mundo virtual. A segunda é que poucas deixaram a zona da suspeita e tornaram-se cobiçadas em tão curto espaço de tempo.

As altcoins, como são chamadas as moedas que não são o Bitcoin nem o Etherium, ocupam o posto de “novas queridinhas dos nerds” e estão no core business de casas de câmbio virtuais dedicadas quase que exclusivamente a transacionar esse ativo ao redor do mundo — e  gerar bastante resultado para quem compra e vende. Porém, como tudo na Internet, estamos vendo uma onda de criptomoedas que não só não possuem qualquer valor prático como sequer deveriam existir. Mas como estamos falando de um ambiente descentralizado e não regulado por essência, isso é inevitável. Empresas especializadas em criação de ativos digitais falsos já operam na Deep Web — camada “oculta” da internet, acessível apenas por técnicas específicas. A proposta é vender criptomoedas fraudulentas para aplicar golpes online. Mas há coisa parecida acontecendo no ambiente corporativo regular: empresas e governos estão desenvolvendo as suas próprias criptomoedas. Veja o que anunciaram recentemente a Kodak, a Atari e até a Venezuela, que não tem o capitalismo como corrente econômica favorita mas criou o Petro!

Esse movimento, em especial o do país latino-americano, tem a chance de se transformar num dos mais bem aplicados golpes da história moderna. Pense comigo: um país falido, incapaz de produzir qualquer coisa, teria condições de vender moedas digitais lastreadas nos barris de petróleo que eles mal conseguem retirar das suas reservas? O que vai acontecer depois que o dinheiro acabar? Provavelmente vão emitir moedas novas todos os dia, colocar à venda as reservas e fazer o que for necessário para levantar dinheiro.

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Mas há coisas boas — e aqui faço uma ressalva: não confunda criptomoeda com blockchain. Esta serve para muitos fins e há iniciativas excelentes, como uma adotada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), que permite rastrear onde o dinheiro dos empréstimos está sendo gasto, a fim de evitar que ele seja desviado. Isso sim, faz todo sentido — e é totalmente diferente de uma criptomoeda pensada por uma narco-nação que quer levantar dinheiro porque esvaziou as reservas públicas.

Por isso, analise cuidadosamente antes de embarcar na compra de alguma moeda desconhecida que apareceu no seu exchange. Informe-se, pense muito bem e nunca esqueça que de uma hora pra outra, você pode perder absolutamente tudo.  

*Piero Contezini é empreendedor, cofundador e CEO da Asaas