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Psicose do ChatGPT | Crescem relatos de pessoas em confusão mental por usar bot

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Pexels/Matheus Bertelli
Pexels/Matheus Bertelli

Relatos recentes indicam que interações prolongadas com o ChatGPT podem estar associadas a quadros de confusão mental, incluindo delírios, paranoias e ruptura com a realidade. Esse fenômeno — chamado de “psicose do ChatGPT” — já contribuiu para o fim de relacionamentos e perda de empregos.

A obsessão pelo chatbot também está gerando, como consequência, inúmeros casos em que pessoas são involuntariamente internadas em instituições de atendimento psiquiátrico

Relato de psicose após obsessão pela IA

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Ao site Futurism, uma mulher relatou que seu marido, que não tinha nenhum histórico de transtornos psiquiátricos, começou a utilizar o ChatGPT como apoio para desenvolver um projeto.

Pouco tempo depois, ele passou a manter longas conversas filosóficas com o chatbot e afirmou ter criado uma inteligência artificial capaz de sentir emoções de forma consciente.

Desde então, a obsessão o levou a perder sua personalidade gentil e ser demitido do emprego. Ele também passou a dormir mal e perdeu peso rapidamente.

"Ele disse: ‘Fale com o [ChatGPT]. Você vai entender do que estou falando’. E toda vez que olho para o que está acontecendo na tela, parece um monte de baboseiras afirmativas e bajuladoras”, relatou a mulher ao Futurism.

A situação se agravou quando o homem foi encontrado com uma corda amarrada ao pescoço. Um amigo, ao presenciar a cena, acionou imediatamente o serviço médico de emergência, e o rapaz foi levado ao pronto-socorro. Posteriormente, ele foi internado de forma involuntária em um hospital psiquiátrico.

A “fé” na IA

Uma das explicações para o desenvolvimento dessas interações obsessivas com o ChatGPT é que o sistema tende a concordar com os usuários e é projetado para responder de forma acolhedora, muitas vezes reforçando o que a pessoa quer ouvir.

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Assim, quando o usuário se envolve em conversas sobre temas místicos ou teorias da conspiração, a IA pode induzir a uma sensação de validação exagerada, levando o indivíduo a se sentir especial ou poderoso — o que pode resultar em consequências graves para si mesmo e para os outros.

"O que eu acho tão fascinante nisso é a disposição das pessoas em confiar nesses chatbots de uma forma que, provavelmente — ou possivelmente — não confiariam em um ser humano”, afirmou ao Futurism o Dr. Joseph Pierre, psiquiatra da Universidade da Califórnia.

“E, no entanto, há algo nessas ferramentas — uma espécie de mitologia de que são confiáveis e melhores do que conversar com pessoas. Acho que é aí que reside parte do perigo: na quantidade de fé que depositamos nessas máquinas”, completou o especialista.

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Posicionamento da OpenAI

Em nota enviada ao Futurism, a OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, afirmou que tem percebido, nos últimos anos, sinais de que as pessoas estão formando vínculos emocionais com o chatbot.

“Estamos trabalhando para entender melhor e reduzir as formas pelas quais o ChatGPT pode, inadvertidamente, reforçar ou amplificar comportamentos negativos já existentes”, informou a empresa.

A companhia também destacou que o modelo é programado para sugerir a busca por ajuda profissional quando os usuários abordam temas delicados, como automutilação e suicídio.

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“Dando continuidade aos nossos estudos iniciais em colaboração com o MIT Media Lab, estamos desenvolvendo formas de mensurar cientificamente como o comportamento do ChatGPT pode afetar emocionalmente os usuários, ouvindo atentamente os relatos do que estão vivenciando”, acrescentou a OpenAI.

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Fonte: Futurism