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Por que as pessoas amam fofocar? Eis a explicação científica!

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Pressmaster/Envato
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Não, não é um hábito exclusivo da sua vizinha: todos nós inconscientemente adoramos uma fofoca, e ficamos animados ao conversar sobre a vida alheia. Mas você sabia que há toda uma ciência por trás do ato de fofocar e o porquê de ser tão prazeroso? Na verdade, de acordo com cientistas sociais norte-americanos, trata-se de uma adaptação evolutiva. Fofocar tornou-se parte da natureza humana.

Frank McAndrew, professor de psicologia da Knox College em Galesburg, Illinois (EUA) deu uma entrevista à CNN falando que nos tempos pré-históricos, as pessoas fascinadas pela vida de outras pessoas eram mais bem-sucedidas. O especialista em comportamento social humano explica que, para prosperar na época dos homens das cavernas, precisávamos saber o que estava acontecendo com as pessoas ao nosso redor, quem estava dormindo com quem, quem possuía poder, quem tinha acesso a recursos. Se o indivíduo não era bom nisso, não era muito bem-sucedido.

A fofoca geralmente tem uma conotação negativa, especialmente quando você pensa em rumores prejudiciais ou no direito de privacidade de uma pessoa, mas de acordo com uma análise de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Riverside, uma pessoa gasta em média 52 minutos todos os dias fazendo exatamente isso, e aproximadamente apenas 15% de nossas discussões envolvem julgamento negativo. Fora disso, a média é que a pessoa está apenas documentando fatos do cotidiano.

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Segundo Megan Robbins, professora de psicologia da UC Riverside, você pode estabelecer um relacionamento falando sobre os outros e descobrindo algo sobre outras pessoas do mesmo grupo. "Como espécie social, temos que falar sobre pessoas. Não vivemos isolados e falamos sobre pessoas que inevitavelmente às vezes não estão presentes", diz. Entretanto, cientistas apontam que a prática se torna puramente prejudicial quando não oferece nenhuma oportunidade para aprendizado social, como comentários rudes sobre a aparência ou a saúde de alguém e comentários que são descaradamente falsos.

Robbins diz que há pesquisas indicando que as fofocas podem servir como uma verificação do comportamento moral das pessoas, porque nos preocupamos com nossa reputação e com o risco dos outros fofocarem sobre nossas más decisões. Já McAndrew completa: "Compartilhar fofocas com alguém é um mecanismo de ligação. Isso meio que aumenta o moral".

Outro aspecto pertinente é que esse hábito humano não se limita a uma determinada faixa etária. A professora de sociologia Stacy Torres estudou esse hábito entre idosos que moravam sozinhos na cidade de Nova York. Sua pesquisa revelou que os idosos se envolvem em fofocas como uma maneira de se conectar com os outros, manter laços sociais e combater a solidão. "Isso é algo que vemos em diferentes culturas e idades", aponta a especialista. Ela acrescenta que as fofocas nos dão a oportunidade de desabafar sobre as pessoas, ao mesmo tempo em que ainda mantemos laços sociais positivos com elasl. Mesmo quando as fofocas dos mais velhos pareciam ser negativas ou rudes, geralmente vinham de um lugar de reflexão.

Por que nos importamos tanto com famosos?

Os seres humanos são conectados para se preocupar com a vida de pessoas que são amigas, inimigas ou familiares. Os pesquisadores chamam essas pessoas de "socialmente importantes". Mas por que nos preocupamos com pessoas famosas que nunca conhecemos? Hoje, graças à Internet e às mídias sociais, sabemos muito sobre gente que na verdade não conhecemos. Estar a par dessas informações engana nossos cérebros para pensar que as celebridades são socialmente importantes para nossas vidas.

"Eles são nossa coorte — podem ser nossos rivais ou aliados", explica McAndrew. "Conscientemente, você sabe que eles não importam e você não os encontrará, mas eles pressionam os mesmos botões em nossos cérebros que as pessoas que são importantes para nós". As fofocas de celebridades também nos dão um ponto em comum com os outros. O conhecimento da cultura pop nos dá algo para conversar durante aqueles embaraçosos encontros de conversa ou em festas onde não conhecemos muita gente.

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Fonte: CNN