Pessoas constantemente atrasadas têm uma percepção diferente do tempo
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Ao longo dos anos, a comunidade científica descobriu que o atraso frequente tem relação com alguns fatores, como percepção de tempo, gerenciamento de tempo e até personalidade. Uma das teorias é que haja um mecanismo no cérebro que faz com que essas pessoas se atrasem porque subestimam o tempo que levarão para chegar no lugar.
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A região do cérebro que processa alguns aspectos do tempo é o hipocampo. É ele que nos ajuda a lembrar quando devemos fazer algo e quanto tempo leva. Assim, os neurônios dessa área contribuem para nossa percepção e memória de eventos.
Na prática, os especialistas acreditam que fazemos estimativas com base em quanto tempo achamos que levou para concluir aquela mesma tarefa no passado, mas nossas memórias e percepções nem sempre são precisas. No entanto, se tivermos muita experiência na execução de uma tarefa, é provável que subestimemos quanto tempo deve levar.
Atrasos podem ser reflexo da personalidade
Mas estudos anteriores já destacaram outras possíveis relações: uma experiência desagradável pode resultar numa percepção mais longa de tempo. Pesquisadores da revista Virtual Reality pediram aos participantes que estimassem a duração de uma simulação de viagem de metrô. O grupo cuja viagem estava cheia interpretou como o trajeto sendo 10% mais longo do que a realidade.
Outros estudos indicam, ainda, que a personalidade desempenha um papel no atraso: pessoas que costumam fazer várias coisas ao mesmo tempo têm menos probabilidade de lembrar e concluir outras tarefas agendadas no prazo.
Fonte: Nature Reviews Neuroscience, Memory & Cognition, Journal of Experimental Psychology: General via Live Science