EAD | O Brasil tem mais alunos estudando online do que em cursos presenciais
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti |

O ensino a distância (EAD) conquistou um marco histórico no Brasil: em 2024, pela primeira vez, o número de estudantes matriculados em cursos online superou os de cursos presenciais. Tudo isso se deve à expansão da internet pelo país, que se consolidou como a principal ponte entre milhões de pessoas e o ensino superior.
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A educação a distância não nasceu com a internet. Durante décadas, cursos eram realizados por correspondência, com envio de apostilas impressas, fitas VHS e, mais tarde, DVDs. A rotina de estudo era solitária, sem interação em tempo real com professores ou colegas.
Hoje, esse cenário mudou radicalmente. Plataformas digitais possibilitam aulas ao vivo, fóruns de discussão e acesso a conteúdos on demand. Essa transformação tecnológica aproximou o ensino online da experiência presencial, oferecendo flexibilidade sem abrir mão da qualidade.
Mais de 10 milhões de estudantes no ensino superior
De acordo com o Censo da Educação Superior 2024, o Brasil atingiu 10,2 milhões de estudantes matriculados no ensino superior, sendo 50,7% em cursos EAD. O número representa um crescimento de 5,6% em relação a 2023, enquanto os cursos presenciais registraram leve queda de 0,5%.
Para especialistas, a popularização do ensino online reflete a democratização do acesso. Pessoas que trabalham durante o dia, moram longe de centros urbanos ou têm dificuldade de deslocamento agora conseguem conciliar a rotina com a graduação.
A internet como base da expansão do EAD
O avanço da conectividade foi essencial para esse salto. Em 2024, 93,6% dos domicílios brasileiros tinham acesso à internet, segundo a PNAD Contínua. O crescimento foi mais expressivo nas áreas rurais, reduzindo a desigualdade histórica em relação às cidades.
Além disso, a expansão da banda larga fixa e móvel tornou possível assistir aulas em tempo real, baixar materiais e participar de atividades acadêmicas de qualquer lugar. Até mesmo dispositivos inteligentes, presentes em 18% dos lares, ajudam a integrar os estudantes em ambientes virtuais de aprendizagem.
Com a regulamentação recente que prevê cursos presenciais, semipresenciais e a distância, o Brasil caminha para um modelo híbrido. Polos regionais de ensino, equipados com infraestrutura tecnológica, devem se tornar comuns, combinando o contato físico com professores e a praticidade do ambiente virtual.
O EAD deixou de ser visto como uma alternativa de “segunda linha” e ganhou status de modalidade principal no ensino superior. Cursos tradicionais como Pedagogia e Administração concentram milhões de alunos online, comprovando a força desse formato.
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Fonte: Agência Brasil, IBGE