Cérebro "lê" cores a ponto de mudar nosso humor e comportamento, sugere estudo
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
A sua cor favorita pode influenciar no humor e em traços do seu comportamento. Pelo menos, é isso o que afirma a ciência. São vários os estudos que buscam entender a relação entre as cores e os seres humanos, e as descobertas vão desde a adesão a determinados produtos em um supermercado até o desempenho de uma criança.
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O que os cientistas sugerem em comum é que nossos cérebros usam a cor como um sinal visual para compensar o toque, por isso acaba exercendo uma importância tão significativa em nossas preferências e em nosso comportamento de modo geral.
No que diz respeito ao paladar, por exemplo, temos uma associação automática: quando vemos um alimento, damos lugar a suposições e expectativas sobre ele antes mesmo de experimentar, porque fomos treinados para esperar que determinadas cores levem a sabores específicos.
Além disso, estudos apontam que 90% das nossas avaliações iniciais de produtos são baseadas na cor. Esse elemento pode ser tão influenciador em nossas vidas que pode ser usado para incentivar um melhor comportamento cívico, como acontece com as cores das lixeiras recicláveis, por exemplo, que nos levam a presumir a finalidade de uma das latas de lixo apenas ao bater o olho. Os especialistas sugerem que "o significado da cor é contextual".
No entanto, esse assunto é verdadeiramente subjetivo, e desperta contradições. Um estudo indexado na plataforma Wiley Periodicals chega a sugerir que as cores influenciam até mesmo a velocidade dos batimentos cardíacos, bem como a força física. Outro artigo publicado na mesma plataforma supõe que certos tipos de personalidade, como a dos introvertidos, podem ser mais suscetíveis a influências como a cor do ambiente.
Graças a essas contradições, ainda não se tem algo concreto sobre os benefícios terapêuticos e psicológicos das cores. O fato é que, mesmo sendo um assunto capaz de render estudos e mais estudos, de diferentes áreas do conhecimento, ainda há evidências insuficientes para apoiar quaisquer afirmações, ou seja: há uma longa jornada pela frente até que se entenda um campo tão abstrato.
Fonte: Thinking Skills and Creativity, British Journal of Educational Psychology, Wiley Periodicals via BBC Future