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Ilusão da adoção: por que usar e implementar IA são coisas totalmente diferentes

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Reprodução/SC World
Reprodução/SC World

Dentro do universo corporativo, é recorrente que as discussões sobre a adoção de IA comecem pelo mesmo questionamento: quais ferramentas usar e para quais atividades? Apesar de se tratar de uma abordagem intuitiva, muitas vezes ela pode ser equivocada – justamente por se tratar de uma intuição, sem que haja uma base de referência real por trás. 

Nesse contexto, uma visão tem ganhado força, principalmente nos Estados Unidos, impulsionada sobretudo por empresas como a Workhelix, que orientam organizações acerca do planejamento de sua jornada em direção à automação inteligente de seus processos e do gerenciamento da inclusão de IA nas atividades. 

É uma abordagem de IA que se baseia na mudança de mentalidade sobre como medir impacto, priorizar projetos e preparar times para a transformação. Conversa diretamente, portanto, com a abordagem de entender a Inteligência Artificial como uma extensão da capacidade humana, a qual tenho defendido nos textos dessa coluna.

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No artigo deste mês, irei falar mais sobre a importância desse tipo de abordagem e como ela pode ser de grande interesse e valor para as empresas. Boa leitura! 

Utilizar x implementar IA: uma disparidade sintomática 

Quando nos deparamos com as mais diversas pesquisas sobre IA no ambiente corporativo, a disparidade aparente dos resultados é sintomática: no atual contexto, a grande maioria das empresas ainda não entende seu nível de maturidade no assunto, e tampouco sabe como aplicar a tecnologia de forma efetiva e exitosa em relação a seus objetivos.

Nesse contexto, números muito positivos que representam avanços contrastam de maneira significativa com outros que expõem camadas diferentes dessa realidade. De acordo com uma pesquisa da Hubspot, por exemplo, 98% das empresas planejam utilizar IA até o final deste ano. A problemática, nesse caso, é que a utilização ainda se mostra muito superficial e sem uma estratégia por trás – pelo menos é o que apontam dados de outras pesquisas. 

Um estudo encomendado pela TOTVS revela que 50% das empresas brasileiras não estão utilizando IA de modo estratégico atualmente, e seu uso ainda se limita à otimização de tarefas e redução de erros. Outro ponto de atenção da pesquisa aponta que apenas 7% das organizações conseguem mapear o ROI (Return of Investment, ou retorno sobre investimento em tradução livre) da implementação e uso de IA em seus processos. 

O que esses números nos revelam? Por um lado, é inegável o aumento de interesse por parte das indústrias – como mostram dados do IBGE, que apontam um crescimento de 163% da utilização de IA pela indústria brasileira desde 2022. Por outro, podem evidenciar o problema de se surfar uma onda sem saber para onde ir – ou de que forma navegá-la. 

A importância de abordagens estruturadas de IA 

É sobretudo neste cenário que abordagens mais estruturadas – baseadas em dados, clareza operacional e entendimento granular do trabalho – ganham valor. Hoje, e os resultados de pesquisas apontam nessa direção, a adoção de IA deixou de ser um “se” para se tornar um “como” – e é nesse ponto que se encontra a diferença entre gerar eficiência real nos processos ou apenas adicionar mais uma tecnologia sem entrega de valor. 

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Sem uma real visibilidade sobre quais tarefas compõem o trabalho das pessoas, seu nível de complexidade e tempo consumido – e, portanto, sem um entendimento claro sobre onde a IA pode ser inserida de forma estratégica e mensurável –, quaisquer tentativas de transformação tendem a se tornar um exercício contínuo de tentativa e erro. Essa realidade talvez explique a contradição dos números: diversas organizações adotam a inteligência artificial, mas poucas conseguem colher resultados tangíveis. 

No cenário de evolução tecnológica que alcançamos, não faltam ferramentas – falta método, diagnóstico. Por ora, são poucas as organizações que conseguem responder com precisão ao questionamento que abre este artigo. E, sem esse nível de visibilidade, a IA vira um mero acessório, e não um motor de mudança, como pode ser. 

E ganham importância soluções como as propostas pela Workhelix, tanto em termos práticos e pontuais quanto em termos estruturais, de conceito. Isso pelo fato de proporcionarem uma compreensão mais profunda do trabalho e, consequentemente, viabilizam um coeficiente significativo de transformação, permitindo um uso efetivamente estratégico da IA e a construção de um roadmap que faça sentido para a organização.

Essa perspectiva, inclusive, resume em parte a forma como enxergamos a implementação de IA na AIMANA: não se trata de uma escolha de ferramentas, mas de entender em que pontos a tecnologia pode ampliar as capacidades humanas. Quando colocamos trabalho, cultura e pessoas no centro da discussão, e não a tecnologia, conseguimos identificar onde IA pode potencializar cada uma dessas frentes.

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É essa combinação entre diagnóstico, visão estratégica e compreensão do trabalho que permite transformar a utilização rasa de ferramentas – e números superficiais de pesquisas – em resultados reais, concretos. Implementar IA não é, de forma alguma, adicionar novos recursos, mas redesenhar a forma como profissionais atuam, resolvem problemas e criam valor. No fim, é uma interseção entre método e capacidade humana – e é nesse ponto de encontro que a promessa pode se tornar uma transformação.

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