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A evolução do empreendedorismo digital no Brasil - tendências e oportunidades

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Reprodução/Freepik
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Os primeiros estudos sobre empreendedorismo digital o classificavam como um subproduto do empreendedorismo em si. Era natural que fosse assim, já que não faz muito tempo que empresas e startups nascendo exclusivamente no digital era algo a se destacar.

Hoje, a realidade é bem diferente. Não existe mais planejamento de negócios que ignore o digital. O que vai realmente fazer a diferença são aqueles que souberem não só usar as ferramentas tecnológicas, mas também se destacar em um mercado cada vez mais competitivo. 

Alguns dados ajudam a explicar esse fenômeno. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil possui atualmente mais de 200 milhões de dispositivos móveis ativos, e o número de usuários de internet no país ultrapassa os 160 milhões. Esse aumento no acesso à rede, combinado ao avanço de tecnologia, cria um ambiente fértil para o crescimento do empreendedorismo digital. Contudo, a qualidade dessa conectividade é um fator relevante. Apenas 22% dos brasileiros possuem uma boa conexão à internet, e as regiões Norte e Nordeste são as que mais sofrem com a falta de infraestrutura adequada.

Por isso, os empreendedores precisam se adaptar, oferecendo produtos e serviços que consigam atingir o público da forma mais eficiente possível. 

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Com esse avanço digital, é possível identificar uma mudança no comportamento que refletiu em mudanças no mercado, como ascensão de iniciativas de e-commerce e o fortalecimento do omnichannel; crescimento de marketplaces e plataformas de venda; digitalização de serviços financeiros; amplificação do EaD como alternativa educacional; marketing de influência e até o avanço do trabalho remoto e coworkings digitais.

Se o tema é tecnologia, não é possível falar sobre o futuro sem mencionar a Inteligência Artificial (IA).  Nos últimos dois anos, vimos grandes empresas aplicando IA em diversos processos, como atendimento ao cliente, marketing digital, finanças, criação de conteúdo e até na previsão do comportamento do consumidor. Esse uso tende a crescer, e quem não se atualizar corre o risco de ficar para trás. No entanto, a euforia inicial está diminuindo. Os consumidores, cada vez mais familiarizados com a IA, começam a questionar o que é real. Textos excessivamente automatizados e sem originalidade geram saturação e desconfiança no mercado. O segredo para o sucesso será, sem dúvida, humanizar a tecnologia, criando uma conexão verdadeira com o público.

Outras tecnologias, como blockchain e realidade aumentada (RA), também merecem atenção. O blockchain tem mostrado seu potencial para redefinir a confiança nas transações comerciais, oferecendo um nível de transparência e segurança que poucas outras tecnologias podem alcançar.  Em um momento em que questões de segurança digital e fraudes são um tema cada vez mais comum, soluções como essa surgem como respostas para restaurar a confiança no ambiente digital.

A realidade aumentada, por sua vez, está deixando de ser uma promessa futurista para se tornar parte do cotidiano das empresas. No Brasil, por exemplo, varejistas estão utilizando RA para oferecer aos consumidores a possibilidade de "experimentar" virtualmente produtos. A oportunidade para o empreendedorismo digital está em encontrar formas de integrar essas novas tecnologias de maneira simples, mas significativa, para o consumidor.

Os NFTs (Tokens Não Fungíveis) também entram no radar. Embora sua popularidade tenha começado no mercado de arte e colecionáveis digitais, a tecnologia por trás dos NFTs pode transformar a maneira como as marcas se conectam com seu público. Empresas de diversos setores já começam a explorar os NFTs como uma ferramenta estratégica para fidelização, com objetivo de redefinir a relação entre marca e consumidor.

Olhando para o futuro do empreendedorismo digital no Brasil, é difícil não se entusiasmar com as possibilidades. No entanto, é preciso ter cuidado. O mercado está saturado de soluções digitais que oferecem muitas vezes mais do mesmo, sem entregar inovação real. Além disso, com a chegada da digitalização da economia, subiram os riscos cibernéticos.

Por isso, é muito importante que a segurança cibernética seja um elemento presente que aumenta mais a confiabilidade de entregas. Para se destacar, as empresas precisam não só investir em tecnologias como IA e blockchain, mas também focar genuinamente na experiência do cliente, criatividade e, principalmente, na conexão.