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Produtividade digital no setor de Óleo e Gás

Por| 16 de Dezembro de 2014 às 18h31

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Produtividade digital no setor de Óleo e Gás
Produtividade digital no setor de Óleo e Gás

Em um recente artigo nesta coluna falei sobre a adoção de novas tecnologias por empresas que têm o intuito de digitalizar seus negócios para continuarem competitivas. Dispositivos móveis, analytics, soluções de automação de processos e redes sociais corporativas têm guiado os principais projetos da área de TI e impactado as relações comerciais e o dia a dia dos profissionais. Devido à importância deste tema, irei abordar nos meus próximos textos a aplicação prática da produtividade digital nos mais diferentes segmentos do mercado. Começarei pelo setor de Óleo e Gás (O&G).

O segmento está passando por um crescimento expressivo no País, com investimentos anuais de US$ 50 bilhões. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção brasileira diária de petróleo poderá saltar de 2,5 milhões de barris (2014) para quase 5 milhões de barris por dia em 2022. A projeção, ainda de acordo com a ANP, é manter o crescimento, com o Brasil se posicionando entre os dez maiores produtores mundiais de petróleo. O alcance dessas metas está diretamente relacionado com a capacidade de suplantar desafios de eficiência operacional, mão de obra qualificada e adoção de tecnologias disruptivas.

Uma iniciativa fundamental para que as operadoras consigam lidar com esses desafios é a integração das operações. O conceito, conhecido como Integrated Operations (IO), adotado para os processos de Exploração e Produção (E&P), visa a redução de custos, aumento da eficiência operacional, aumento do fator de recuperação e otimização dos investimentos por meio da implantação de um modelo integrado de processos e colaboração da cadeia de valor.

Para que esse modelo integrado funcione em todos os elos da cadeia de E&P, a digitalização dos processos por meio da aplicação de tecnologias como BPM, Mobilidade e Big Data, desempenha um papel crucial como catalizador dos objetivos de negócio.

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A aplicação de mobilidade nos processos de manutenção, por exemplo, possibilita a convergência de funcionalidades relacionadas ao monitoramento de performance dos equipamentos, à atualização da execução de planos de manutenção em tempo real e à agilidade de acesso aos dados históricos. A adoção de dispositivos móveis otimiza os processos de manutenção e aumenta a garantia de integridade, principalmente em unidades marítimas. Desta forma, os gadgets utilizados hoje deverão absorver novas funcionalidades e conectividade com outros dispositivos.

A adoção de otimização matemática e automação nos processos de injeção de água/vapor em poços visa a maximização da produção de óleo e a redução de custos operacionais. A ampliação do grau de automação nos equipamentos permite elaborar recomendações de produção cada vez mais rápidas e, consequentemente, tomar decisões com agilidade. A otimização matemática é uma poderosa aliada do imenso volume de dados das operações suportando, principalmente, decisões em tempo real.

Além disso, a complexidade da gestão de demandas que influenciam os investimentos e a manutenção em unidades de produção tem aumentado significativamente nos últimos anos. O Brasil tem enfrentado dois desafios: o parque instalado com idade média avançada e o aumento da fiscalização e rigidez nas exigências operacionais por meio de órgãos reguladores como a ANP, por exemplo. Para atender a essas demandas, variáveis como a logística de pessoas e materiais, condições climáticas e capacidade de fornecedores são influenciadores críticos. Esforços contínuos estão sendo realizados com objetivo de padronizar e centralizar todos os dados que envolvem o planejamento integrado, sejam eles estruturados ou não. No Brasil, percebo ainda um foco maior no uso de Analytics para tomada de decisão.

A recente queda no preço do barril incentiva a adoção de tecnologias que elevem a eficiência e reduzam os custos da operação. A digitalização dos processos é um importante catalizador para o aumento da produtividade, principalmente em um modelo integrado, pois agiliza a tomada de decisão. Entretanto, para que seja possível alcançar resultados expressivos, a participação intensa dos prestadores de serviço do segmento é essencial.

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O impacto da produtividade digital vai além das atividades de exploração e produção. O setor de Óleo e Gás vai experimentar a digitalização também nos processos de refino, distribuição e comercialização, tema que vou abordar na próxima coluna.