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'Procurando Dory' é a animação mais memorável da Pixar

Por| 21 de Junho de 2016 às 18h55

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Procurando Dory consegue ignorar a sina de que sequências não costumam manter a qualidade de suas produções antecessoras e ser ainda mais cativante e emocional do que a busca por Nemo. Com uma história que se assemelha bastante ao primeiro longa da franquia, o filme apresenta uma narrativa ainda mais imersiva, principalmente ao colocar a personagem mais carismática como protagonista e introduzir animais adoráveis.

A trama se passa meses após os eventos do primeiro filme. Dory começa a ter pequenas lembranças de sua infância com seus pais e deseja seguir essas memórias para tentar reencontrar sua família ao lado de Marlin e Nemo. Entretanto, a vastidão marinha, os novos obstáculos e a perda de memória recente da peixinha azul tornam a jornada do trio ainda mais complicada.

A Pixar foi inteligente ao perceber que Dory havia sido um dos grandes acertos de Procurando Nemo e transformá-la na protagonista. A peixinha com problemas de memória ia além de alívio cômico na primeira produção, servindo como contraponto da personalidade séria, preocupada e centrada de Marlin. Na sequência, usar a personagem no papel principal traz uma dinâmica nova para uma trama semelhante ao que já havia sido trabalhado, além de criar um contexto mais profundo com o passado dela. Inegavelmente, Dory é muito mais amável que o peixe palhaço e isso engrandece a nova produção.

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Se o longa antecessor tinha personagens coadjuvantes carismáticos como o tubarão Bruce, a Gangue do Aquário e a tartaruga Crush, a continuação acerta nos novos animais. Hank é um polvo antissocial que usa suas habilidades de camuflagem para transitar furtivamente pelos cenários, Destiny é um tubarão-baleia fêmea com problemas visuais e Bailey é um beluga com dificuldades de usar sua ecolocalização. Estes são os que mais ganham espaço na história, mas ainda há marmotas, leões marinhos, aves e peixes que tornam-se queridos pelo público por serem tão bem introduzidos pelo roteiro. Vale ressaltar que parte desse acerto está na ótima dublagem, que utiliza muito bem a voz inconfundível da jornalista Marília Gabriela a seu favor e ao pegar tons de voz precisos para caracterizar ainda mais os animais.

O roteiro se preocupa em ser coerente com a história do primeiro filme ao contar alguns pontos sob a perspectiva da Dory, principalmente quando a perda de memória recente da peixinha é um grande diferencial. Assim como em Procurando Nemo, a animação não poupa absurdos, mas a imersão àquele universo é tão bem construída que até a grande cena do clímax é aceita enquanto o telespectador ri copiosamente. Vale ressaltar que um dos lemas da produção é que o local correto para o animal é em seu habitat natural, deixando bastante clara qual é a função dos locais que tentam recuperar a saúde dos bichos e não transformá-los em meios de diversão, como acontece com as orcas.

Procurando Dory é uma grande acerto não apenas pela notória qualidade que a Pixar costuma dar às suas produções, mas por ser tão envolvente com personagens que chegaram às telonas pela primeira vez em 2003, mas ainda são muito amados pelo público. A sequência é surpreendentemente superior ao longa antecessor por ser tão bonita quanto, contar uma boa história e gerar comoção com muita facilidade, seja com sorrisos fáceis ou olhos marejados de crianças e adultos.

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Obs: A sessão que vimos Procurando Dory não era em 3D, então não podemos avaliar este aspecto. Entretanto, algumas cenas pareciam usar o recurso de forma funcional, não apenas um enfeite desconfortável.