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Império da Luz | Diretor Sam Mendes conta o que o inspirou a escrever o filme

Por| Editado por Jones Oliveira | 12 de Maio de 2023 às 16h00

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Divulgação/Searchlight Pictures
Divulgação/Searchlight Pictures

Lançado nos cinemas em dezembro de 2022 e escrito pelo premiado diretor Sam Mendes durante o isolamento da pandemia do coronavírus, Império da Luz é um romance dramático que fala sobre solidão, racismo, depressão e recomeços, e ainda traz um elenco de peso com Olivia Colman (A Filha Perdida), Micheal Ward (Gangues de Londres) e Colin Firth (O Diário de Bridget Jones). Sucesso com público — o filme conseguiu 75% de aprovação dos espectadores no Rotten Tomatoes — a obra chegou ao Star+ em abril de 2023 e já está disponível para todos os assinantes.

Mas afinal, qual a receita de Império da Luz para conseguir conquistar o público? Em entrevista exclusiva ao Canaltech, Mendes — que já recebeu o Oscar de Melhor Diretor por Beleza Americana — conta o que o inspirou a escrever o filme e como suas experiências pessoais foram incorporadas ao enredo.

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Sobre o que é Império da Luz?

Antes de mais nada é preciso entender do que se trata Império da Luz. Ambientado na Inglaterra da década de 1980, a trama conta a história de Hilary (Colman), uma mulher deprimida que trabalha em um cinema de rua e tem como tarefa vender e conferir ingressos, além de limpar as salas após as sessões. Vivendo em um país cuja recessão causa cada vez mais desemprego e racismo, ela tenta sobreviver a cada dia por vez.

Sem muitas novidades, sua vida passa lentamente, mas tudo muda quando ela conhece Stephen (Ward), um rapaz negro que vai trabalhar no mesmo cinema que ela. Os dois têm uma conexão instantânea e se apoiam um no outro para vencerem suas batalhas individuais.

Tocando em temas importantes e delicados, Sam Mendes contou que a ideia de criar o filme veio justamente quando sentiu vontade de escrever uma história completa, do início ao fim, e garantiu que a temática é baseada nas recordações que tem da sua infância e na memória que guarda de sua mãe:

“O verdadeiro estímulo para o filme foi o fato de que eu cresci assistindo alguém se desintegrar mentalmente na minha frente e testemunhei todo aquele ciclo de doença mental. Hilary é baseada na minha mãe, com quem vivi como filho único, então eu estava lá sozinho e passei meses e anos observando esse ciclo. Toda a minha vida eu estava procurando uma maneira de processar isso.”

O diretor também comentou que todas essas lembranças de sua infância ficaram ainda mais fortes no período de isolamento social, quando todos nós ficamos mais vulneráveis e a sós com nossas próprias vidas:

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“O que me moveu a escrever foi tentar dar voz a essas memórias. E de repente, no meio da pandemia, quando vozes se levantaram contra a injustiça racial em todo o mundo, fomos deixados sozinhos para contemplar como nossa própria política racial havia sido moldada e se havíamos falhado em nossa tentativa de garantir que o mundo fosse seguro”

A coragem de assinar um filme próprio

Ainda falando em como decidiu escrever Império da Luz, Sam Mendes comentou que sentiu o impulso de contar essa história inspirado em filmes autobiográficos e semiautobiográficos que assistiu nos últimos anos:

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"Penso em algo como Roma, que é um filme muito diferente, mas tão bonito, e também muito mais diretamente autobiográfico. Império da Luz pega todos os tipos de fantasmas do meu passado e os reúne de uma maneira diferente, mas foi incrivelmente gratificante. E não tenho certeza se posso ser muito claro sobre o que se tornou [o filme] até que eu me livre dele e possa colocá-lo em perspectiva e olhar para ele com alguma objetividade."

O diretor ainda comentou que demorou a sentir que tinha coragem não apenas para lançar um filme solo, como também para criar tal filme baseado em algo tão pessoal:

“Levei dez filmes para chegar aqui, e acho que há uma razão para isso. Demorei muito para sentir que tenho coragem, em todos os sentidos. A coragem de cineasta, a coragem de contar uma história, a coragem pessoal. Todas essas coisas devem ser processadas o suficiente para encontrar maneiras de expressá-las.”
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Muito além de uma homenagem ao cinema

Além de abordar temas de saúde mental e de intolerância racial, Império da Luz também toca em outro ponto relevante: a importância do cinema para a vida das pessoas. O cineasta conta que o filme mostra como a sétima arte é uma forma de escapar da realidade e como isso é necessário em diferentes épocas da vida:

"Às vezes as pessoas dizem que este filme é uma homenagem ao cinema, mas não é só isso. É uma maneira de mostrar como os filmes podem ajudá-lo a se curar se você estiver ferido ou se sentir excluído. "
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A escolha dos atores

Com um elenco renomado, a chance de que Império da Luz fosse um sucesso cresceu ainda mais, e Mendes coloca tal êxito na conta dos atores. De acordo com o diretor e roteirista, eles transformaram o texto em algo real e palpável:

“Eu nunca, até escrever este roteiro, apreciei tanto os atores, porque explorar o texto na página é uma coisa, mas quando você vê os atores transformarem a página em pessoas reais, que você pode ver em 360 graus, com defeitos próprios e o sangue que corre em suas veias, é algo especial. E não se trata apenas de Olivia e Micheal; mas também pessoas como Tom Brooke, que interpreta Neil, Toby Jones, que interpreta Norman, Hannah Onslow, que interpreta Janine, e Tanya Moodie, que interpreta Delia.”

O elenco, no entanto, não foi o único destaque do filme, que ainda contou com uma fotografia elogiada, indicada, inclusive, ao Oscar de 2023.

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Império da Luz no Brasil

Apesar de não ter estreado nos cinemas brasileiros, Império da Luz agora pode ser assistido por todos os assinantes do Star+.