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Feige responde a Scorsese sobre riscos: “matamos metade de nossos personagens”

Por| 12 de Novembro de 2019 às 17h35

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Kevin Feige

E a discussão sobre o que é cinema e se os filmes das Marvel são “desprezíveis” continua. O mais novo capítulo traz ao debate, pela primeira, vez, o próprio CEO do Marvel Studios — e agora CCO da Disney. Kevin Feige falou ao Hollywood Reporter sobre a alegação de Martin Scorsese, de que os filmes de franquia da Casa das Ideias são pasteurizados e não oferecem riscos emocionais aos telespectadores.

Como exemplo, Feige citou o conflito entre o Capitão América e o Homem de Ferro, em Capitão América: Guerra Civil, e o famoso estalar de dedos de Thanos, em Vingadores: Ultimato. “Nós fizemos a Guerra Civil. Tivemos nossos dois personagens mais populares em uma briga física e ideológica muito séria. Matamos metade de nossos personagens no final de um filme. Acho que é divertido ter o nosso sucesso e usá-lo para correr riscos e ir a lugares diferentes”, destacou.

Ao falar sobre Os Eternos, o próximo filme do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês) ele acredita que a dedicação à visão de um cineasta e às despesas financeiras constituem o tipo de risco do qual Scorsese cita ao estabelecer o que “é cinema” ou não. “É um filme muito grande. É um filme muito caro. E estamos fazendo isso porque acreditamos na visão da diretora (Chloe Zhao) e no que esses personagens podem fazer e acreditamos que precisamos continuar a crescer, evoluir, mudar e impulsionar nosso gênero. Isso é um risco, se eu já ouvi falar de algum”, provoca.

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“Todo mundo tem uma definição de cinema diferente”

Feige complementa os “riscos” que não estariam assumindo, de acordo com Scorsese, ao dizer que os super-heróis, no meio cinematográfico, representam parábolas de personagens com habilidades extras em histórias quem envolvem riscos emocionais do “cinema real”. “E sim, se você está desanimado com a noção de um humano que possui habilidades extras — e isso significa que tudo o que acontece é agrupado na mesma categoria — então esses filmes podem não ser para você. Mas a verdade é que essas são todas — como todas as grandes histórias de ficção científica — parábolas”, disse.

Para ser mais diplomático, Feige prefere se referir ao cinema de uma forma mais dinâmica e orgânica, sem uma caracterização definitiva. Todo mundo tem uma definição diferente de cinema. Todo mundo tem uma definição diferente de arte. Todo mundo tem uma definição diferente de risco. Algumas pessoas não acham que é cinema. Todo mundo tem direito a sua opinião. Todos têm o direito de repetir essa opinião. Todos têm o direito de escrever artigos sobre essa opinião, e estou ansioso pelo que acontecerá a seguir. Mas, enquanto isso, continuaremos fazendo filmes”, afirmou.

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Ícone trash também critica Scorsese

Bruce Campbell, que ficou imortalizado como Ash de A Morte do Demônio e apareceu como diferentes personagens nos filmes do Homem-Aranha de Sam Raimi, disse que o próximo filme de Scorsese, The Irishman, usou tantos efeitos especiais para deixar Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci mais jovens quanto os filmes do Marvel Studios. "[Scorsese] estava tagarelando sobre os filmes da Marvel, certo? Martin Scorsese é um dos nossos maiores cineastas, então quando ele diz coisas assim, dói ”, afirmou Campbell, durante a convenção de horror Spooky Empire, no último final de semana.

"Porque não é fácil fazer filmes como esses (os da Marvel) e não é como se The Irishman não tivesse efeitos digitais na bunda. Fazer com que Robert De Niro passe dos nove aos 108 anos é muito, muito trabalho digital. Então, ele falou bastante m*rda a respeito”, esbravejou.