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Crítica - X-Men: Apocalipse

Por| 19 de Maio de 2016 às 12h35

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Crítica - X-Men: Apocalipse
Crítica - X-Men: Apocalipse

X-Men: Apocalipse tem como grande acerto dois pontos bastante diferentes: introduzir novos personagens e concluir o ciclo iniciado em Primeira Classe. Mas falha drasticamente na construção de um roteiro que fica preso a situações extremas de conveniência, efeitos visuais pobres, exagerados e feios, além de ter um dos piores vilões dos últimos anos.

Na trama, En Sabah Nur, também conhecido como o mutante do Egito antigo Apocalipse (Oscar Isaac), volta aos dias atuais e quer transformar o mundo por discordar da forma que os humanos o governam. Para isso, ele recria seus quatro cavaleiros e inicia seu plano de devastação mundial. Enquanto isso, o Instituto Xavier para Jovens Superdotados recebe novos alunos que precisam aprender a lidar com seus dons, 10 anos após o mundo ter sido salvo pela Mística (Jennifer Lawrence) em Dias de Um Futuro Esquecido.

A narrativa do filme poderia ser o grande problema por ter que tratar várias situações ao mesmo tempo, principalmente na transição de cenas pela edição, que até fica um pouco confusa. Apocalipse ressurgindo no Cairo, a nova vida de Magneto (Michael Fassbender), Mística tentando resgatar um jovem mutante, apresentação de Jean Grey (Sophie Turner) e Ciclope (Tye Sheridan), etc. Isso tudo funciona, mas o problema é que muita coisa não faz sentido. Por que a Moira (Rose Byrne) está estudando o En Sabah Nur? O que a Raven está fazendo na Alemanha? Como surge a motivação do Mercúrio (Evan Peters)?

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Assim como nos longas anteriores, as atuações de James McAvoy e Michael Fassbender engrandecem o filme. Os dois atores conseguem repetir muito bem o elo que existe entre Xavier e Magneto, entregam as melhores interpretações dramáticas da produção e concluem com maestria o arco que eles iniciaram em Primeira Classe. Enquanto tudo parece artificial nos efeitos visuais ao redor, a dupla age com uma naturalidade ímpar.

Jennifer Lawrence e Nicholas Hoult, o Fera, não possuem grande relevância na trama e pouco aparecem nas cenas mais importantes do filme, algo que destoa um pouco da importância deles neste universo. Os dois atores são eclipsados pelos novatos Ciclope, Jean Grey e Noturno (Kodi Smit-McPhee). Esta é a melhor versão de Scott Summers no cinema, mesmo que o personagem ainda precise crescer muito. Sophie Turner tem evoluído como atriz em Game of Thrones e isso fica evidente na forma que Jean Grey cresce na trama, principalmente no terceiro ato. O mutante teleportador é um dos alívios cômicos e funciona por ter boas piadas e ser bastante carismático.

Enquanto os novos mutantes do Instituto Xavier funcionam muito bem no longa, Apocalipse e alguns de seus cavaleiros são muito ruins. O vilão é oco, não dá para enxergar o Oscar Isaac na interpretação que ele dá ao personagem por causa de uma maquiagem extremamente mal feita e uma voz robótica cheia de efeitos sonoros que ficam ainda mais evidentes quando ele grita.

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Mesmo que Magneto continue ótimo na trama quando se torna um dos Cavaleiros do Apocalipse, os outros possuem problemas graves. Alexandra Shipp traz uma nova forma para a Tempestade ao mostrar sua versão ladra do Cairo, mas tem motivações incoerentes. Por que ela se aliaria a quem deseja destruir o mundo quando sua inspiração é quem salvou o planeta 10 anos atrás? Arcanjo (Ben Hardy) não é um pingo da dramaticidade que envolve Warren Worthington III nos quadrinhos e nem tem boas cenas de ação no longa. Psylocke (Olivia Munn) é o que há de mais fiel ao gibis em questão de figurino, mas é inexpressiva e solta, no máximo, quatro frases.

O filme é carregado de efeitos visuais do começo ao fim, mas é no seu terceiro ato que o exagero fica gritante. É compreensível como ele é usado para retratar a destruição global que o Apocalipse está causando, mas é mal renderizado, o que deixa tudo muito artificial. No grande combate do longa, é perceptível o chroma key ao fundo e as cordas segurando os atores pelos ombros.

Direção e roteiro de Bryan Singer repetem a mesma fórmula de contar histórias dos X-Men, fazendo com que o longa seja um recorte de várias situações já vistas nas telonas. Versão sangrenta da cena com a Arma X, a velocidade de Mercúrio que foi usada em Dias de Um Futuro Esquecido e até as destruições do péssimo Confronto Final voltam em X-Men: Apocalipse. A Fox pode já ter os planos traçados para as próximas produções do universo mutante, mas precisa repensar a forma que conta suas histórias, afinal nem sempre ela vai poder contar com James McAvoy e Michael Fassbender para salvarem suas adaptações.