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Crítica | O Limite da Traição fica na margem da preguiça

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O roteirista e diretor Tyler Perry (de Um Funeral em Família — lançado em 2018) comentou sobre ter filmado O Limite da Traição em somente cinco dias. Sabendo disso antes de assistir ao filme, pode existir duas sensações opostas: a primeira é de admiração, porque manter a organização em um set não é fácil — ainda mais em se tratando de um longa-metragem com múltiplos personagens —; a segunda é de obviedade, porque apenas com tão pouco tempo para construir algo tão sem personalidade.

Durante as quase duas horas de filme, pode ser que ambas as conclusões lutem e, no fim, o peso maior caiba ao espectador — o que é ótimo. Ainda assim, pode ser complicado acompanhar uma história que, além de estar presa à falta de um conceito bem definido, fica estacionada em outras tantas dualidades — que vão se dissolvendo até a chegada de um final previsível (hipérbole das maiores).

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No final das contas, O Limite da Traição pode até ser interessante em suas abordagens mais ácidas sobre as relações — especialmente as que envolvem o homem (o sexo masculino mesmo) —, mas merecia mais tempo de filmagem, mais foco, mais personalidade. Só torço para que os cinco dias comentados por Terry tenham se transformado em não mais do que cinco horas de pós-produção, porque, assim, existe alguma justificativa para a montagem tosca de Larry Sexton (também do citado Um Funeral em Família) — que tem seu ápice de preguiça nas elipses durante o julgamento.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Canaltech.