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Vasta fonte de nióbio emergiu na superfície quando um supercontinente se separou

Por  • Editado por Melissa Cruz Cossetti | 

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Yumu/Unsplash
Yumu/Unsplash

No último dia 2, em artigo publicado na Geological Magazine, pesquisadores revelaram a descoberta de uma das maiores fontes conhecidas de nióbio no mundo, localizada na Austrália Central. O estudo aponta que o depósito se formou há cerca de 830 milhões de anos, durante a fragmentação do supercontinente Rodínia, em um processo geológico que trouxe esse metal estratégico do manto terrestre para próximo da superfície.

O nióbio é um metal prateado, altamente resistente à corrosão e com propriedades supercondutoras. Ele desempenha papel fundamental no fortalecimento do aço e em aplicações tecnológicas de ponta, como aparelhos de ressonância magnética (MRI), aceleradores de partículas e equipamentos eletrônicos avançados. Atualmente, cerca de 90% do fornecimento global vem de uma única mina no Brasil, enquanto os 10% restantes são extraídos no Canadá.

Essa dependência de poucos locais torna estratégica a descoberta na Austrália, já que amplia a diversidade da oferta global e reduz riscos de concentração de mercado.

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As novas jazidas ricas em nióbio foram identificadas em 2022 e 2023 por empresas de mineração na província de Aileron. Os depósitos receberam os nomes de Luni e Crean. O Luni, maior deles, possui uma estimativa de 200 milhões de toneladas métricas de nióbio, enquanto o Crean soma cerca de 3,5 milhões de toneladas.

Os cientistas analisaram amostras obtidas por sondagens com perfurações de diamante. O estudo mostrou que o magma carbonatítico que originou as jazidas tem uma “impressão digital do manto terrestre”, confirmando sua origem profunda.

Legado geológico do supercontinente

A formação desses depósitos está diretamente ligada à fragmentação de Rodínia. Quando o supercontinente começou a se separar, o afinamento da crosta terrestre abriu caminho para que magmas do manto chegassem mais próximo da superfície. Esse processo formou as rochas conhecidas como carbonatitos, verdadeiras “caixas de tesouro” que armazenam metais raros como o nióbio.

Segundo os pesquisadores, mapear em três dimensões esses depósitos será essencial para viabilizar a extração futura. Além disso, o conhecimento obtido servirá como guia na busca de novas fontes ao redor do mundo, reforçando a segurança de suprimento desse metal vital para o avanço tecnológico.

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Fonte: Live Science, Geological Magazine