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Tardígrados e lulas bioluminescentes serão enviados para experimentos na ISS

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Jamie Foster/University of Florida
Jamie Foster/University of Florida
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Na próxima semana, a NASA enviará para a Estação Espacial Internacional (ISS) cerca de 5.000 tardígrados (conhecidos como ursos d'água) — aquela minúscula criatura conhecida por sua incrível resistência — e 128 filhotes de lulas bioluminescentes, ou seja, que produzem luz. Os pequenos seres que farão parte de dois estudos na ISS. O lançamento será feito pela SpaceX e está marcado para o próximo dia três de maio, partir das instalações do Kennedy Space Center, na Flórida, às 14h29 (horário de Brasília).

Os tardígrados, também conhecidos como ursos-d'água, embora sejam criaturas minúsculas — medindo cerca de 1 milímetro —, são incrivelmente resistentes às situações das mais adversas. Não é à toa que esses pequenos organismos chamam a atenção dos cientistas, os quais buscam compreender suas propriedades biológicas. Um tardígrado pode sobreviver à radiação extrema, a altas pressões a até mesmo ao próprio vácuo do espaço. Por isso, astronautas a bordo da ISS esperam identificar quais genes específicos são responsáveis por essas incríveis características e, quem sabe, obter pistas sobre o comportamento da saúde humana em futuras missões espaciais de longa duração.

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O professor assistente de biologia molecular, Thomas Boothy, da Universidade de Wyoming, envolvido na pesquisa, explica que uma das capacidades de sobrevivência do tardígrado consiste em secar, congelar e depois ser aquecido em altas temperaturas. “Eles podem sobreviver milhares de vezes mais radiação do que nós e podem durar dias ou semanas, com pouco ou nenhum oxigênio", acrescenta. Vale lembrar que, recentemente, os ursos-dágua foram submetidos a um teste de disparo onde os pesquisadores procuraram avaliar até que ponto esse organismo pode sobreviver a fortes impactos.

Outro estudo, que também será desenvolvido nos próximos meses, envolve uma espécie de lula Bobtail. Medindo cerca de 3 mm, essa criatura possui um órgão especializado para a produção de luz em seu corpo e, dentro dela, existem bactérias bioluminescentes responsáveis por produzir o brilho. Os pesquisadores procuram entender a relação simbiótica desses organismos em condições de microgravidade. "Animais, incluindo humanos, dependem de nossos micróbios para manter um sistema digestivo e imunológico saudável", explica Jamie Foster, microbiologista da Universidade da Flórida e principal investigadora da pesquisa chamada Understanding of Microgravity on Animal-Microbe Interactions ("Entendendo a microgravidade nas interações entre animais e micróbios", na tradução literal).

A lula Bobtail nasce sem a bactéria, mas vai adquirindo ela através do oceano ao seu redor. Da mesma maneira, os pesquisadores só adicionarão as bactérias às lulas depois que chegarem à ISS, pois, assim, eles podem observar as relações simbióticas dessas duas espécies se estabelecendo no espaço. Com isso, a equipe pretende descobrir quais são os genes responsáveis por essa dinâmica e adaptações. Tanto as lulas quanto os tardígrados chegarão à estação orbital em estado de hibernação.

Fonte: ScienceAlert